A guerra entre Donald Trump e Megyn Kelly já vai longa: começou há cinco meses, quando a jornalista da FOX, que moderava o debate dos candidatos republicanos, confrontou Trump com a longa lista de insultos com que já brindou várias mulheres, mediante as suas aparências. À data, Trump foi sintético: queixou-se de que o seu país não suporta quem é politicamente incorreto e desviou-se da pergunta, falando antes dos “problemas do país” que quer resolver.

A partir daí, o candidato republicano não deu tréguas à jornalista. Já lhe chamou de tudo, desde “bimbo” (um adjetivo para descrever uma mulher atraente mas pouco inteligente), “reporter de baixa qualidade”, “alucinada”, “incompetente”, “pouco profissional” ou “pouco talentosa”. E teve ainda uma tirada que muitos interpretaram como sendo uma sugestão de que a jornalista, quando lhe fez a pergunta, estava irritada por estar menstruada.

Agora, Trump voltou a atacar: o candidato republicano retweetou uma imagem que sugere que, pelo facto de Megyn Kelly ter sido fotografada para a revista masculina GQ no passado, não está em posição de o criticar por falar de mulheres como objetos. E a imagem, que Trump republicou, tinha a seguinte descrição: “E é esta bimbo que tem estado a fazer questões presidenciais?”.

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Os ataques dos apoiantes de Donald Trump a Megyn Kelly não param: estes continuam a tweetar fotografias sensuais de Megyn Kelly com comentários sexistas, sugerindo que, por ser atraente, a jornalista não pode criticar quem julga as mulheres pela aparência. Alguns dos piores exemplos podem ser vistos aquiaqui, aqui ou aqui. Entre os principais insultos que os apoiantes de Trump dirigem a Megyn Kelly estão palavras como “vadia”, “vagabunda” e “fácil” (entre outras), relata o site The Mary Sue.

Mas Trump foi ainda mais longe: no mesmo dia, retweetou uma fotografia de Megyn Kelly com o príncipe Al-Waleed da Arábia Saudita e a sua irmã, vestida com uma niqab (uma veste islâmica que tapa todo o corpo e rosto das mulheres, à exceção dos olhos). O problema é que, segundo relata o site Business Insider, a fotografia é falsa: a ligação da jornalista ao regime saudita, que não respeita as liberdades consagradas às mulheres no Ocidente, não passa de mais uma teoria da conspiração de Donald Trump.