A economia da Grécia recuou pelo segundo trimestre consecutivo no final do ano passado. Ficou, assim, satisfeita a definição de recessão técnica e confirmada a morte da recuperação económica que o país vinha registando entre 2013 e 2014. A Grécia só não entrou em recessão mais cedo porque no segundo trimestre a economia cresceu graças aos receios de controlos de capitais – que viriam a confirmar-se.

O Produto Interno Bruto (PIB) contraiu-se em 0,6% nos três meses entre outubro e dezembro, depois de ter derrapado 1,4% no terceiro trimestre. No segundo trimestre, o crescimento de 0,9% surpreendeu os economistas dado que já nessa altura eram muito graves as tensões entre o governo liderado por Alexis Tsipras e as instituições europeias. Esse crescimento inesperado foi, então, justificado com as compras de eletrodomésticos e outros bens duradouros, com muitos cidadãos a tentarem antecipar-se às medidas de controlos de capitais e levantamentos bancários que entrariam em vigor no final de junho.

Não fosse esse efeito e a economia grega já teria cumprido os dois trimestres consecutivos de queda no PIB e, portanto, já estaria em recessão técnica desde o terceiro trimestre. Assim, só no final de 2015 a economia portuguesa encolheu pelo segundo trimestre consecutivo, confirmando a morte da recuperação que a economia grega vinha registando entre 2013 e 2014.

A alteração brusca das expectativas de crescimento da Grécia foi tema em análise num texto publicado em novembro no Observador – Grécia. Qual está a ser o preço da “aventura”?. O trabalho parte da projeção da Comissão Europeia, em novembro de 2014, de que o ano seguinte – 2015 – seria o ano da retoma na Grécia.

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