Os Estados Unidos e a Rússia alcançaram “um entendimento” sobre o futuro político na Síria, que inclui a saída do Presidente, Bashar al-Assad, para outro país, noticia hoje o diário saudita Al Hayat.
Uma fonte diplomática no Conselho de Segurança das Nações Unidas citada pelo diário indicou que o próprio secretário de Estado norte-americano, John Kerry, informou “determinados países árabes” desta opção.
Este presumível acordo aborda o futuro do Presidente sírio e a sua saída para outro país “numa fase determinada”, de acordo com fonte não identificada ao Al Hayat, jornal de capital saudita, cujo país apoia a oposição síria e defende a saída de Al-Assad do poder.
O Al Hayat faz ainda saber que esta iniciativa é conhecida nos círculos diplomáticos, mas que não foi ainda definido um calendário no contexto do futuro do processo político na Síria nem se conhece qual o eventual país de exílio do seu Presidente.
Em novembro último, antes do início das negociações sírias, cerca de duas dezenas de países com interesses e influência entre os grupos rivais, entre eles Arábia Saudita, Estados Unidos e Rússia, acordaram que o poder deve ser transferido para um órgão de governo transitório.
Bashar al-Assad manifestou na quarta-feira, porém, que se opõe a um “órgão executivo de transição”, sublinhando a sua preferência por um “Governo de unidade nacional” que inclua as “diversas forças políticas sírias: opositores, independentes, membros do atual governo e outros”.
A principal aliança da oposição síria recusou esta opção, defendendo que Al-Assad não pode assumir nenhum papel na transição.
De igual modo, o Governo norte-americano insistiu que a manutenção do atual Presidente sírio no processo de político de transição é “inviável”.
As conversações indiretas entre as autoridades sírias e a oposição deverão ser retomadas em Genebra em abril.
O conflito sírio, que entrou já no quinto ano, causou mais de 270 mil mortos e mais de 4,5 milhões de refugiados.