A menos de 24 horas daquela que pode vir a ser a maior manifestação de táxis da história, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, reconheceu que dificilmente será possível travar a Uber, até porque “funciona de forma desmaterializada”. “É difícil dizer que a Uber vai parar”, admitiu.

No Fórum da TSF, Matos Fernandes, que tutela o setor dos Transportes Urbanos, anunciou a criação de um grupo de trabalho onde vão ter assento também os autarcas e os operadores de transportes. O objetivo é encontrar novas soluções e “novas formas de mobilidade”. Ainda assim, o governante deixou uma aviso: este grupo só deverá “apresentar conclusões até ao final do ano”.

Os taxistas preparam-se para organizar uma marcha lenta em Lisboa contra a Uber, com mais de 4 mil táxis. Que decorra “serenamente e sem incidentes”, pediu o ministro, que aproveitou para apelar aos representantes dos taxistas que “se voltem a sentar à mesa das negociações” para negociar “o pacote de medidas”.

Em março, o Ministério do Ambiente apresentou um pacote de 10 medidas para a modernização do setor do táxi, a serem desenvolvidas em concertação com as associações profissionais. Representa um investimento de 17 milhões de euros para o Estado. No Plano Nacional de Reformas apresentado pelo Governo socialista está ainda previsto um investimento de seis milhões de euros para “descarbonizar” os motores de mil táxis.

Esta quinta-feira, o ministro voltou a defender que os “serviços de táxi são fundamentais na mobilidade urbana” e que “é da maior importância melhorar esses serviços”. Para tal, reiterou o Matos Fernandes, está a ser desenhado o financiamento para o acesso dos taxistas a carros elétricos.

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