A Organização Mundial de Saúde (OMS), num comunicado divulgado este sábado, diz que “com base na avaliação atual, cancelar ou alterar a localização dos jogos Olímpicos 2016 não vai alterar significativamente a disseminação do vírus zika”. Esta resposta surge depois de uma carta aberta de 150 médicos, cientistas, especialistas e investigadores internacionais que sugerem o adiamento da prova desportiva.

Os signatários da carta declaram que a maior preocupação é a saúde pública visto que “a estirpe sul-americana do vírus prejudica a saúde de uma forma que a ciência nunca antes tinha visto” e consideram que, a manter-se os Jogos, 500 mil turistas estarão sujeitos a um “risco desnecessário” de ficarem infetados.

O Brasil é apenas um dos 60 países que, neste momento, já reportaram casos de zika e que as pessoas têm continuado a viajar para esses países, refere a OMS. Além disso, os Jogos terão lugar durante o inverno, quando a quantidade de mosquitos que transmitem o vírus é menor. O mais importante, segundo a organização, é seguir as recomendações das autoridades de saúde pública locais.

Uma das recomendações mais importantes diz respeito às grávidas pelo risco que uma infeção com vírus zika possa provocar microcefalia ou outros problemas neurológicos nas crianças. “A OMS aconselha as mulheres grávidas a não viajar para áreas onde a transmissão do vírus está ativa. Incluindo o Rio de Janeiro. Os parceiros sexuais de mulheres grávidas que voltem de áreas onde o vírus zika esteja ativo devem ser aconselhados a praticar sexo seguro ou a abster-se de ter relações sexuais durante a gravidez.”

Tirando o risco para as grávidas, a maior parte das pessoas que sejam infetadas com zika desenvolvem sintomas leves ou nenhum sintoma. Ainda assim, a OMS deixa algumas recomendações para visitantes e atletas para evitarem a infeção com zika que pode, em casos extremos e raros, provocar problemas neurológicos em adultos:

  • Proteger das picadas dos mosquitos: usando repelentes ou mangas compridas e roupas claras, sobretudo durante o dia;
  • Praticar sexo seguro: usar preservativos de forma correta e consistente ou abster-se de manter relações sexuais durante a estadia e, pelo menos, durante quatro semanas após o regresso;
  • Evitar zonas de risco: não visitar zonas mais empobrecidas ou sobrelotadas em cidades que não tenham sistemas de abastecimento de água ou de saneamento básico.

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