Em cinco tardes ouviu-se de tudo um pouco. O denominador comum foram as novas tendências do rock alternativo, umas vezes lento, outras agressivo, ora a cruzar-se com a pop, ora no limiar do ensurdecedor. Foi esta diversidade o gancho que levou o Palco Vodafone a (re)afirmar-se como um local de descoberta, com primazia para as bandas portuguesas — duas em cada três. Este domingo, os espetáculos começam uma hora mais cedo.
Natural de Gouveia, Isaura tem tido uma grande projeção nos últimos meses, é uma artista que não tem parado de dar provas do seu talento, em particular no engenho com que cruza a voz com o som dos sintetizadores. Se “Change It” foi o pontapé de saída, o novo “Eight” é um excelente indicador do muito que Isaura Santos ainda tem para revelar. A apresentação começa às 15h45.
Às cinco da tarde chega B Fachada, um compositor e multi-instrumentista com carreira firme (já foi um dos Diabo na Cruz), conhecido por só fazer o que quer, nomeadamente, com as letras. Já com muitos discos editados, deverá trazer ao Palco Vodafone uma espécie de sortido rico, onde não será de estranhar a presença de enfeites surpresa e até de um ou outro amigo. Venha o que vier, é um espetáculo que não deve perder, quanto mais não seja pelo apelo da provocação. Vai ser “Tempo para cantar”, porque nas canções do B Fachada cabem todas as palavras.
No ano passado as madrilenas Hinds abriram o palco secundário do Vodafone Paredes de Coura, agora estão de regresso a um festival português mas no papel de cabeças de cartaz, ao fechar os cinco dias de atuações no Palco Vodafone (às 19h). A parada subiu porque na música delas existe algo de profundamente cru, um “juntem-se à festa” porque é isso que a música é e, neste caso, sem espartilhos. As quatro espanholas têm apenas um álbum editado (Leave Me Alone, de janeiro deste ano) e vai ser o suficiente para encher de rock a imensa “garagem” em que se tornou o palco alternativo do Rock In Rio 2016.