O Presidente da República defendeu esta segunda-feira que não há ninguém “no seu bom senso” que não defenda a descentralização para Portugal e referiu que, onde é difícil de ser alcançada, está surgir pela vontade de autarcas e populações.

Na segunda edição da iniciativa “Portugal Próximo”, desta vez dedicada a Trás-os-Montes, Marcelo Rebelo de Sousa parou em Vila Real, no Parque de Ciência e Tecnologia, para visitar a plataforma da vinha e do vinho que está a ser impulsionada pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Depois de uma prova de vinhos produzidos por antigos estudantes da UTAD, o Presidente da República falou sobre a descentralização para defender que pode haver ideias diferentes, mas que “não há ninguém no seu bom senso que não defenda para Portugal a descentralização”.

“E onde ela é mais difícil ser atingida em termos institucionais está a surgir pela vontade das populações, pelo dinamismo dos autarcas, pela criatividade das universidade e força da sociedade civil”, salientou.

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Depois, acrescentou, “como acontece muitas vezes em Portugal, a realidade jurídica ajusta-se à realidade social”, no âmbito de uma “plasticidade de adaptar os esquemas institucionais a essa mudança”.

“Esta plataforma é uma forma de afirmação da descentralização, é evidente a pensar no mundo. É no mundo que hoje temos que pensar”, frisou.

Marcelo defendeu mesmo que o grande desafio para Portugal nestes anos é “a internacionalização”.

“É uma visão de internacionalização, já não há realidades estanques, fechadas. Hoje a internacionalização não é só exportar, à procura de mercados, é tirar proveito daquilo que é a vocação nacional, da plataforma entre cultura, civilizações e continentes, e nós somos bons nisso”, afirmou.

O Presidente elogiou ainda o consórcio criado pelas três universidades do Norte – UTAD, Braga e Porto – e frisou que as novas gerações esperam um “Portugal à escala global”.

No final da visita, Marcelo Rebelo de Sousa provou um cavacório, bolo típico de Vila Real que ‘deu o mote’ para ser questionado sobre o ‘cavaquismo’ (relativo ao ex-Presidente da República Cavaco Silva).

O chefe de Estado respondeu que sempre respeitou o ‘cavaquismo’ e que esta é uma solução institucional pacífica: “É o açúcar do passado com o afeto do presente”.