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  • E é por aqui que fechamos este liveblog.

    Hoje Itália votou contra a reforma constitucional e como resultado o primeiro-ministro Matteo Renzi demitiu-se. Está agora aberto um período de incerteza em torno da situação política de Itália. A bola está agora nos pés do Presidente de Itália, Sergio Mattarella, que tomará a decisão de permitir a formação de um novo Governo ou que poderá ainda antecipar as eleições que, até ver, acontecerão apenas em 2018.

    Enquanto isso, a ascenção política do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, do Movimento Cinco Estrelas de Beppe Grillo e da Lega Nord de Matteo Salvini é cada vez mais possível. Os últimos dois já pediram eleições antecipadas o mais depressa possível — e deverão agora, mais do que nunca, insistir na realização de um referendo ao Euro.

    São tempos interessantes, pois claro. E nós vamos segui-los aqui no Observador. Contamos com a sua companhia!

    Obrigado e um resto de boa noite — ou um bom início de semana!

  • (Explicador) E agora, Itália? Che cosa fai?

    Entretanto, preparámos um explicador com nove perguntas (e as suas respostas) que achamos serem essenciais para entender o que se passou este domingo e o que poderá vir. Eis a lista completa de perguntas:

    1. O referendo em Itália era para decidir o quê?
    2. Quais foram os resultados? E a participação eleitoral?
    3. Quem é que foram os maiores derrotados e maiores vencedores deste referendo? E como reagiram?
    4. E, agora, quais é que são os próximos passos?
    5. Quem é que pode suceder a Matteo Renzi no cargo de primeiro-ministro?
    6. A Itália vai sair do euro?
    7. Como é que os mercados reagiram ao resultado do referendo?
    8. Como é que foi a reação internacional à vitória do “Não”?
    9. As sondagens voltaram a estar enganadas ou desta vez acertaram no resultado?

    As respostas estão todas aqui.

  • Nas capitais europeias ainda não houve reações

    Em contraste com aquilo que sucedeu em relação ao resultado das eleições presidenciais na Áustria, onde Alexander Van der Bellen derrotou Norbert Hofer, candidato da extrema-direita, as capitais europeias mantiveram-se em silêncio durante o serão em que foram contados os votos que deram conta do chumbo dos eleitores italianos à reforma constitucional proposta por Matteo Renzi.

  • Estão contados 98% dos votos válidos. O “não” vence por uma margem de quase vinte pontos percentuais: 59,61% contra 40,39%.

  • Os dados oficiais indicam que a afluência às urnas se situou em 67%, embora este número ainda não seja o final. No site do jornal La Reppublica, pode consultar um mapa com a totalidade dos resultados, em tempo real.

  • Renzi abandona a liderança partidária? Quem será o sucessor?

    Sabe-se que Matteo Renzi vai abandonar o cargo de primeiro-ministro, mas ainda não há qualquer informação sobre o que pretende fazer sobre a liderança do Partido Democrático. Irá demitir-se, também, do cargo partidário? Os potenciais sucessores serão, talvez, os principais interessados nesta questão. E quem são eles? A Bloomberg responde: Pier Carlo Padoan, ministro das Finanças, Pietro Grasso, presidente do Senado, e Dario Franceschini, ministro da Cultura.

  • BCE pode estender prazo para a compra de ativos

    Economistas questionados pela Bloomberg acreditam que Mario Draghi vai anunciar na próxima quinta-feira, 8 de dezembro, uma extensão em seis meses do programa de compra de ativos, que decorre, atualmente, a um ritmo de 80 mil milhões de euros por mês. A aceleração da inflação na zona euro e uma recuperação moderada, mas consistente, da economia, poderá permitir que o Banco Central Europeu comece a retirar os estímulos pelo final de 2017.

    A agência revelou que 89% dos 53 economistas consultados entre 28 de novembro e 2 de dezembro acreditam que o presidente do BCE vai anunciar novos estímulos, quatro dias depois de o “não” ter vencido o referendo em Itália, em parte devido a votos eurocéticos, o que poderá provocar uma nova fase de instabilidade no interior da zona euro. Na próxima quinta-feira, a autoridade monetária vai, também, revelar as previsões de desempenho da zona euro para os próximos anos, incluindo, pela primeira vez, para 2019.

  • Com mais de 95% dos votos já contados, o “não” recolhe 59,7% e o “sim” tem 40,3%. A afluência está em 59,6%.

  • Matteo Renzi deverá reunir-se com Sergio Mattarella pelas 17h00 desta segunda-feira, 16h00 em Lisboa.

  • Oposição defende eleições legislativas

    A Liga do Norte, o Movimento Cinco Estrelas e a Forza Italia, o partido do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, já defenderam a convocação de eleições legislativas. Beppe Grillo, líder do Cinco Estrelas, afirmou que as alterações ao sistema eleitoral, que beneficia o partido mais votado, poderão ser feitas “numa semana”. Neste cenário, o presidente de Itália, Sergio Mattarella, poderá não ter outra saída que não seja a de nomear um primeiro-ministro para liderar um Governo de transição, tarefa que Matteo Renzi afirmou que recusaria, e que assegure a gestão do país até à posse de um novo Executivo, saído de eleições.

    Uma vitória do Cinco Estrelas num futuro ato eleitoral, significará um reforço dos partidários do abandono de Itália da zona euro, mas um cenário desta natureza forçaria a uma alteração da Constituição italiana e à realização de um novo referendo.

  • Luigi di Maio: "Vamos trabalhar num Governo do Cinco Estrelas"

    Luigi di Maio, dirigente do Movimento Cinco Estrelas e apontado como candidato a primeiro-ministro se o partido vencer um futuro ato eleitoral, afirmou que o resultado do referendo deste domingo prova que “são os cidadãos que mandam nas instituições”. Di Maio acrescentou: a partir de agora, “vamos trabalhar num Governo do Cinco Estrelas”.

  • Apenas um pequeno intervalo na informação sobre o referendo em Itália. Matteo Renzi não é o único primeiro-ministro a pedir a demissão, por estes dias. John Key, líder do Governo da Nova Zelândia, anunciou nesta segunda-feira que vai abandonar o cargo que ocupa há oito anos. A decisão causou grande surpresa. Os níveis de popularidade de Key são elevados, mas o político revelou que não queria candidatar-se a um novo mandato, como era expectável, preferindo sair em alta e evitando correr o risco de cometer os erros de outro líderes mundiais, segundo explicou.

  • Recapitalização do Monte dei Paschi mergulha em incerteza

    Os consultores JP Morgan e Mediobanca, que estão a trabalhar no plano de recapitalização do terceiro maior banco de Itália, vão reunir-se nesta segunda-feira para avaliar a situação criada pela derrota do “não” no referendo deste domingo e na demissão do primeiro-ministro, Matteo Renzi. A concretização do plano, no valor de cinco mil milhões de euros, arrancou na segunda-feira passada e envolve três pilares: a troca de obrigações subordinadas por ações da Banca Monte dei Paschi di Siena, que foi completada a 2 de dezembro, uma emissão de novas ações, bem como a venda de créditos de alto risco que estão avaliados em perto de 28 mil milhões de euros no balanço da instituição financeira, a “pior classificada” da zona euro nos testes de stress realizados em julho passado.

    Caso a turbulência política e o respetivo impacto nos mercados impeça a concretização do plano, o banco poderá ser nacionalizado de forma a evitar um resgate de acordo com as novas regras europeias, que incluem a imposição de perdas junto dos depositantes, refere o Financial Times, citando fontes envolvidas no processo.

  • Virginia Raggi, presidente da autarquia de Roma e membro do Movimento Cinco Estrelas, afirmou que “os italianos ganharam”. Raggi acrescenta: “Agora vamos reconstruir o país. A nossa revolução não termina, em Roma e em Itália”.

  • Beppe Grillo pede eleições "o mais depressa possível"

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    A primeira (e talvez única) reação de Beppe Grillo, o líder do Movimento Cinco Estrelas, surge no seu blogue.

    “Venceu a democracia”, escreveu. “A resposta dos italianos e a afluências às urnas é uma indicação clara. A propaganda do regime e todas as suas mentiras são os primeiros derrotados deste referendo. Os tempos mudaram.”

    E, de seguida, deixou uma exigência: “Os italianos têm de ser chamados a votar o mais depressa possível”. E deixa também recomendações para o que se segue. É que, depois deste resultado, há quem fale na necessidade de reformar a lei eleitora. Beppe Grillo escreve que isso não é prioridade para agora: “O mais rápido, realista e concreta para ir rapidamente às urnas é usar uma lei que já existe”.

    Mais à frente, volta a insistir na pressa de ir às urnas, acusando os outros partidos de quererem evitá-lo. “Os partidos vão fazer o possível para arrastarem os pés e chegarem a setembro de 2017 para apanharem as suas pensões douradas”, escreve. “Não lho permitiremos e a única solução é aquela que propomos. Pedimos aos italianos que venham para o nosso lado nesta batalha.”

  • Neste momento já foram contados os votos de mais de metade dos círculos eleitorais. Os resultados, para já, são claros: “Sim” com 40,46%, “Não” com 59,54%.
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  • Matteo Salvini, líder da Liga Norte, declara-se preparado para eleições gerais.

  • Matteo Renzi deverá presidir ao derradeiro conselho de ministros do Governo que lidera durante a tarde desta segunda-feira. Depois, vai encontrar-se com o presidente italiano, Sergio Mattarella, para entregar o pedido de renúncia. Mattarella terá de consultar os líderes partidários para avaliar a possibilidade de ser constituído um novo Executivo apoiado numa maioria parlamentar. Caso esta hipótese se revele impossível de concretizar, Mattarella terá que decidir se convoca eleições, opção que já foi exigida por Beppe Grillo, líder do Movimento Cinco Estrelas.

  • Como votaram os eleitores dos vários partidos?

    Eis como votaram os eleitores dos quatro maiores partidos italianos consoante o seu partido político (os dados são da RAI):

    Eleitores do Partido Democrático
    Sim – 77%
    Não – 23%

    Eleições do Movimento Cinco Estrelas
    Sim – 13%
    Não – 87%

    Eleitores do Forza Italia
    Sim – 21%
    Não – 79%

    Eleitores da Lega Nord
    Sim – 17%
    Não – 83%

    Outros eleitores
    Sim – 32%
    Não – 68%

    Quer isto dizer que os eleitores votaram de acordo com a orientação do seu partido. Porém, no que toca a detalhes, fica este que não é de somenos: foi no Partido Democrático que os eleitores mais votaram contra o seu partido. Apesar de a maioria ter votado pelo “Sim”, ainda assim 23% (quase um quarto) foi contra o próprio partido. Nas outras forças políticas, a coesão entre eleitores e partido é um pouco maior.

  • Com metade dos votos contados, o “não” segue na frente com 59,6%.

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