Depois de 10 anos a criar um dos smartphones mais conhecidos do mundo, este é o ano em que se espera uma maior mudança no clássico iPhone. Acusada de inovar pouco nos últimos anos, este será um ano decisivo para a Apple, que deverá aproveitar o 10º aniversário do iPhone para apresentar um dispositivo com muitas novidades em relação às últimas edições. A apresentação onde todas as novidades serão reveladas acontece apenas em setembro, mas os rumores já começaram. Está indeciso entre comprar um dos modelos atuais ou esperar mais um pouco? Talvez o consigamos ajudar.
iPhone 8? Apple pode quebrar o ciclo de nomes
Comecemos pelo nome do aparelho, que pode ser a primeira surpresa. É um facto que o normal até hoje tem sido haver uma versão numerada e, no ano seguinte, o mesmo número com um “S” à frente – iPhone 6 e depois o iPhone 6S, por exemplo -, mas este ano pode ser diferente. Como é esperada uma “revolução” no design, devido ao décimo aniversário do iPhone, alguns especialistas têm admitido que possa existir uma quebra nesta sequência.
Foi o caso do analista Mark Moskowitz, do Barclays, que citava fontes da indústria e dizia que a Apple ia abandonar o ciclo normal de nomes e optar por chamar iPhone 8 ao novo dispositivo. Mas também existem rumores de que a Apple vai querer ir mais longe e saltar já para o iPhone 10, numa tentativa de reforçar a mudança geracional que aí pode vir.
Dois modelos apenas? Ou, ainda, um “Ferrari”?
Além da incerteza em torno dos nomes, também se especula que sejam lançadas três versões distintas do equipamento (e não apenas duas), como aconteceu em 2016 com o iPhone SE, o iPhone 7 e o iPhone 7 Plus. No iPhone SE a preocupação foi dar aos utilizadores oportunidade para comprar um ecrã mais pequeno (igual ao do iPhone 5/5S), sobretudo as pessoas que não querem saltar a bordo da locomotiva dos smartphones cada vez maiores. Desta vez, contudo, o terceiro modelo poderá ser de gama superior. Segundo a imprensa especializada, nos círculos tecnológicos esse modelo tem, para já, o nome de código “Ferrari”.
Segundo a Apple Insider, que cita um blog chinês normalmente bem informado e próximo dos fornecedores da Apple, o cnBeta, o plano é produzir três modelos que estão a ser conhecidos pelos nomes de código D20, D21 e D22. Provavelmente, os D20 e os D21 são o iPhone 7S e o maior iPhone 7S Plus, ou seja, seguindo a lógica normal. Nesses dois modelos, não haverá grandes novidades — a ideia será produzir mais dois modelos com alguns avanços mas com o objetivo de aproveitar alguns restos de componentes já produzidos para os modelos de 2016.
Mas é em torno do D22 que se concentram os palpites mais intrigantes.
Um iPhone feito inteiramente de vidro? E curvo nas arestas?
Segundo Ming-Chi Kuo, analista que acompanha a Apple para a corretora KGI Securities, existem suspeitas de que a empresa de Cupertino pode estar a ponderar abandonar o corpo em alumínio, que caracteriza o iPhone desde 2012, e voltar a adotar o vidro para a traseira do smartphone, como aconteceu no iPhone 4 e 4S.
Apesar de o vidro ser mais frágil que o metal, isso não implica que se parta facilmente já que tem havido bons avanços na produção deste material. É o que acontece com o Gorilla Glass, utilizado pela Samsung, que tem uma grande resistência a riscos e quedas.
O metal poderá estar presente apenas na “lombada” à volta do smartphone, exatamente como acontecia no iPhone 4. Os tamanhos de ecrã das três versões podem variar entre as 4,7 e as 5,5 polegadas, levando a que as dimensões sejam (mais ou menos) as mesmas das versões apresentadas em setembro de 2016.
A juntar aos ecrãs OLED é ainda esperado que estes sejam curvos nas arestas como já acontece, por exemplo, nos modelos Edge da Samsung. A maior diferença é que, segundo rumores, a Apple estará a trabalhar (pelo menos numa das três versões esperadas) num modelo sem margens à frente, com o ecrã vidro frontal a curvar em todos os lados para proporcionar um aspeto de que o iPhone é todo feito de vidro, eliminando, assim, o botão Home físico.
Finalmente um ecrã OLED?
Este é um rumor que já existia para o iPhone 7 e que não se confirmou, portanto acredita-se que esta mudança estivesse a ser preparada para o modelo que deve apresentar maiores mudanças, o de 2017.
Como já tínhamos informado, a Apple testou mais de 10 modelos daquele que poderá ser o novo smartphone com a maça na capa traseira e o ecrã OLED parece ser um upgrade quase certo para este ano. A Samsung é uma das principais fornecedoras mas, devido ao elevado número de ecrãs que as duas marcas precisam para os dispositivos, a gigante sul-coreana pode não conseguir fornecer todos os ecrãs para os iPhone, passando o encargo para empresas mais pequenas como a LG e a Sharp.
A utilização destes ecrãs seria uma mais-valia para a Apple uma vez que conseguiriam obter melhores cores, contrastes e uma autonomia maior quando comparados com os atuais ecrãs de cristais líquidos (LCD) que a marca utiliza.
Se está no mercado por um novo iPhone e está indeciso entre comprar um dos modelos atuais ou esperar um pouco, este é um aspeto que pode ser decisivo tal o salto de qualidade do LCD para o OLED/AMOLED. Claro que, se esperar, corre o risco de a Apple manter o LCD nos dois modelos mais básicos e usar o OLED apenas no “Ferrari”.
A nossa recomendação? Se puder, espere mais um pouco (até porque o stock dos últimos modelos não está famoso em Portugal), pelo menos até se perceber para onde apontam os próximos rumores, à medida que estes se tornam progressivamente mais certeiros, como é habitual.
Carregamento sem fios
Apesar de ser uma tecnologia presente em diversos smartphones Android, a Apple ainda não introduziu esta funcionalidade no iPhone. Ou seja, continua a ser necessário ligar o iPhone a uma tomada, usando a única ranhura que existe nos novos iPhone (o Lightning) para recarregar a bateria.
Recorda-se das críticas à Apple quando a marca eliminou a entrada para auscultadores e afirmou que o futuro está nas ligações sem fios e, por outro lado, no recurso a mesma ranhura para o som? Então e se quisermos ouvir música ao mesmo tempo que carregamos a bateria? O carregamento sem fios resolveria este problema — o que reforça a ideia de que estes últimos modelos ficaram no meio da ponte, em certa medida, porque foram introduzidas novidades que vão ser mais eficientes nos modelos futuros.
Existem dois rumores para o método de carregamento, um semelhante ao que já existe noutros dispositivos, onde o smartphone é colocado em cima de uma base de carregamento e não precisa de fios para iniciar a transferência de energia, ou uma versão em que basta o smartphone estar perto do carregador para começar a receber energia. Mas ninguém arrisca garantir que estas novidades vão chegar já na próxima gama de modelos.
A segunda opção seria a mais interessante mas é, também, a menos provável de acontecer. Devido à perda de energia que existe na transferência sem fios, a distância entre o carregador e o smartphone iria aumentar o tempo de carregamento. O mais provável, portanto, é que para já se opte por uma tecnologia de base de carregamento, como existe em muitos Android.
Apesar de a Apple estar, supostamente, a tentar implementar esta tecnologia sem fios nos iPhone, existe ainda a possibilidade de ser uma capa externa a proporcionar esta funcionalidade em vez de vir de origem no smartphone.
“Novas realidades”, processador e, claro, as câmaras
Ainda não se sabe ao certo qual será a “nova” realidade em que a Apple vai apostar, mas existem fortes probabilidades de o novo modelo vir preparado para interagir com, pelo menos, a tecnologia de Realidade Virtual, como já tínhamos noticiado anteriormente.
Esta é uma tecnologia que tem crescido a um ritmo rápido e que parece ser uma aposta garantida para o futuro, com cada vez mais capacidades a serem associadas à realidade virtual/aumentada.
Em setembro vai, certamente, voltar a ouvir os responsáveis da Apple apresentarem o novo “iPhone mais rápido de sempre” — uma declaração sempre intrigante porque qual seria o sentido de apresentar um modelo mais lento? Bem, adiante. O novo iPhone irá trazer maior poder de processamento e mais eficiência num processador mais pequeno. É o que se espera do modelo de CPU (central processing unit) que deverá chamar-se A11, o chip que costuma ser utilizados nos iPhone e que, em cada modelo, recebe sempre um upgrade para oferecer melhor desempenho no dispositivo.
Ming-Chi Kuo acredita que as duas câmaras presentes no recente iPhone 7 Plus vão continuar a ser uma funcionalidade exclusiva do modelo maior e mais caro. O analista pensa que existirá uma versão de 4,7 polegadas com uma única câmara, um modelo de 5,5 com duas (como os iPhone 7 e iPhone 7 Plus) e que apenas o terceiro modelo, o “Ferrari” terá o ecrã OLED curvo e as duas câmaras.
Data de lançamento
Apesar de o primeiro iPhone ter sido apresentado em janeiro de 2007 e lançado, sensivelmente, a meio do ano, a data de lançamento para 2017 deve manter-se a mesma dos últimos anos: algures em setembro de 2017.