Histórico de atualizações
  • E é com esta que nos despedimos de mais um liveblogue do Observador.

    Acabaram as primárias em França e agora são as eleições presidenciais que se seguem. Fixe bem estas datas: a primeira volta é a 23 de abril e a segunda está marcada para 7 de maio.

    Até lá, o Observador vai dando-lhe notícias.

    Obrigado pela companhia e um resto de boa noite — e um bom início de semana!

  • Hamon virou o PS francês à esquerda num país onde a política é a 360º

    Entretanto, publicámos um artigo de análise sobre esta vitória de Hamon e os problemas que agora se lhe colocam. Se agora o roubo de votos aos partidos mais à esquerda parece mais fácil, Hamon continuará a ter grandes desafios pela frente. Entre eles, está a reconquista de pelo menos alguns dos eleitores socialistas que, com o desgaste do Presidente François Hollande e da esquerda como um todo, “fugiram” para a Frente Nacional. Outro será contrariar a perda de votos ao centro que agora parece ser mais provável, uma vez que Emmanuel Macron ganhou mais espaço com o afastamento de Manuel Valls.

    Leia tudo aqui, em Hamon virou o PS francês à esquerda num país onde a política é a 360º.

  • Só falta contar 2,57% dos votos e Hamon não passa dos 60%

    Agora que praticamente todos os votos já estão contados (um total de 97,43%), fica claro que Hamon vence as eleições primárias socialistas com menos de 60% dos votos, mas ainda assim com uns claros 58,87%. Atrás, fica Manuel Valls, o antigo primeiro-ministro que abandonou esse posto para tentar chegar ao Eliseu — e agora perder essa aposta, conquistando um total de 41,13%.

  • Já foram contados quase 80% dos votos

    Com 77,97% dos votos contados, Benoît Hamon continua perto dos 60%.

    Eis os resultados, consultados às 21h38:

    Manuel Valls – 41,12%
    Benoît Hamon – 58,88%
    Votos brancos e nulos – 1,44%

  • Benoît Hamon perto dos 60%

    Às 21h30 locais (20h30 de Lisboa), os resultados provisórios confirmam e reforçam ligeiramente a vitória de Benoît Hamon, que subiu aos 58,89% dos votos. Manuel Valls segue atrás com 41,11%.

  • Benoît Hamon: "Hoje, a esquerda levanta a cabeça"

    Benoît Hamon tem agora a árdua tarefa de unir o partido socialista e a esquerda francesa — e o facto de ter começado o seu discurso enquanto o seu adversário, Manuel Valls, falava, não é um bom começo. Mas começou a falar da esquerda, precisamente. “O nosso país precisa da esquerda, mas de uma esquerda moderna, inovadora, virada para o futuro, que pensa o mundo por aquilo que ele é, não como ele foi, capaz de produzir e assumir um futuro desejável”, disse. “Hoje, a esquerda levanta a cabeça.”

    “É preciso escrever uma nova página da nossa história”, disse o vencedor das primárias socialistas, que agora está disposto a chamar até a si outros co-autores dessa “nova página”, virando-se para os candidatos à sua esquerda. Disse-lhes mesmo os nomes: Yannick Jadot, d’Os Verdes, e Jean-Luc Mélenchon, do Partido de Esquerda. “Amanhã começo por juntar todos os socialistas, porque são a minha família política”, começou por dizer. Mas depois apontou à sua esquerda: “Também será necessário juntar toda a esquerda e os ecologistas, porque mesmo que existam diferenças, as forças do progresso não perdem nada em falar umas com as outras”. O projeto que Hamon lhes propõe — e, subentende-se, levaria a que se unissem em torno de um candidato já na primeira volta — é a construção de “uma maioria governamental coerente e duradoura” que seja a favor do “progresso social, ecológico e democrático”.

    “Se formos tomados pelo medo, acabaremos como os candidatos do medo”, disse.

    Benoît Hamon falou da 6ª República, que pretende fundar com uma nova Constituiç~ao. “A 6ª República vai devolver-vos o poder, se assim for a vossa vontade”, disse. “Quero canalizar todos os meios possíveis para um a política igualitária a favor da escola e dos serviços públicos”, disse. E depois deixou uma frase sobre o laicismo, um dos pilares da República Francesa e que, durante as primárias, Manuel Valls acusou de não fazer parte do rol de valores do seu adversa´rio: “Porque a República deve ser um ato e não apenas uma palavra, o bom princípio da laicismo será o fundamento de coesão da nossa sociedade”.

  • Manuel Valls: "Os germes da decomposição política estão bem presentes, tanto na esquerda como na direita"

    Manuel Valls acaba de fazer o seu discurso de concessão, onde além de ter felicitado Benoît Hamon aproveitou para fazer uma defesa dos últimos cinco anos, em que François Hollande foi Presidente e ele fez parte do seu executivo. E falou dos “germes políticos” do populismo que existem à esquerda e à direita.

    “Benoît Hamon é a partir de agora o candidato da nossa família política e agora cabe-lhe a ele a bonita missão de reunir [o partido] e eu quero desejar-lhe boa sorte”, disse no início do seu discurso. Como já tinha acontecido nos últimos dias, não ficou claro se vai ou não apoiar Hamon nas presidenciais. Mas disse isto: “Desde sempre tenho o sentido de ação coletiva e de lealdade”. Antes deste domingo, Manuel Valls deixou em aberto a possibilidade de “desaparecer” da campanha presidencial — para não atrapalhar o candidato socialista, mesmo que não o apoie.

    Depois, a defesa do seu legado e também de François Hillande. “Desde 2012, nós fizemos tantas coisas avançarem. A esquerda é credível em matéria de segurança e de luta contra o terrorismo, foi ela que acordou novos direitos para os trabalhadores. É isso que é o reformismo”, disse.

    E depois falou do populismo, numa mensagem que deixa para todas as orientações políticas e até para dentro do seu partido: “Os germes da decomposição política estão bem presentes, tanto na esquerda como na direita. Há que ser fortes. Sólidos. Dar provas de sangue-frio. Há que ficar unidos mesmo que acabe um ciclo político. Eu continuo convencido de que a esquerda é forte quando ela passa os seus limites. Eu continuarei, venha o que vier, este militante incansável de uma esquerda que, sem qualquer sectarismo, sabe responder aos desafios”.

    Pouco depos, o discurso de Manuel Valls foi interrompido por Benoît Hamon, que começou a falar a partir da sua sede de campanha.

  • Benoît Hamon tem 58,55% dos votos

    Thomas Clay, da Alta Autoridade das Primárias, acaba de dizer que, com a contagem de votos terminada em “cerca de 60% das urnas”, Benoît Hamon teve 58,55% dos votos e Manuel Valls ficou-se pelos 41,35%.

    Estes resultados ainda deverão sofrer alterações, à medida que mais urnas forem contadas.

    A Alta Autoridade das Primárias é o órgão responsável por supervisionar as primárias socialistas.

  • Benoît Hamon "amplamente" vence as primárias, diz a AFP

    O jornalista Marc Préel, da Agence France Presse, escreve no Twitter que fontes socialistas lhe disseram que Benoît Hamon venceu “amplamente” as eleições primárias francesas.

    Para já, ainda não há números. Deverão ser conhecidos a partir das 20h00 de Lisboa.

  • Ainda na entrada anterior falava de statu quo e de como a Frente Nacional é o partido que mais tem puxado até si o seu combate. Ora, agora mesmo, Gilbert Collard, do comité político da Frente Nacional, comenta as primárias socialistas de forma jocosa na sua conta de Twitter. “A esquerda vai escolher o capitão do Titanic…”, escreveu.

  • E se _________ ganha? Seja como for, o PS francês está em maus lençóis

    Vamos a um exercício. E se ________ ganha? (preencher espaço com “Hamon” ou “Valls”)

    Se Hamon ganha, o Partido Socialista deverá conseguir apelar mais ao eleitorado da esquerda, inclusive aqueles que até agora estariam mais inclinados para votar em Jean-Luc Mélenchon, do Partido de Esquerda. Por outro lado, os socialistas perderão assim pé a centro do eleitorado, que assim mais facilmente cairá nas mãos do ex-ministro da Economia Emmanuel Macron. E depois há a extrema-direita de Marine Le Pen e da Frente Nacional, cuja mensagem proteccionista e anti-Europa tem colhido apoio entre eleitores que em tempos pendiam para a esquerda — a maior deles, são da classe trabalhadora e muitos vivem no Norte do país. Existe a possibilidade de Hamon conseguir parar esta sangria? Haver, há. Mas será preciso muita ginástica por parte do ex-ministro da Educação, que terá de se descolar do legado do socialista François Hollande (verdade seja dita, ele tem tentado), que está atualmente nos 4% de taxa de aprovação.

    Se Valls ganha, o Partido Socialista poderá perder terreno à esquerda, sobretudo para Jean-Luc Mélenchon, do Partido de Esquerda. O outro lado desta moeda é que seria capaz de combater Emmanuel Macron no seu território, que é o centro. De caminho, também poderia conquistar alguns eleitores de direita que não querem votar em François Fillon. Mais difícil será tirar votos à Frente Nacional e à sua candidata, Marine Le Pen, que hoje são o maior partido de contestação do statu quo em França. Ora, se Valls foi primeiro-ministro até 6 de dezembro de 2016, ele é o statu quo.

    Tanto um cenário como outro estão muito longe de serem brilhantes para os socialistas. A 20 de janeiro (ainda antes de serem conhecidos os resultados da primeira volta das primárias socialistas), Hamon e Valls apareciam os dois como sendo fortemente derrotados logo na primeira volta das eleições.

    Segundo a Ipsos, se Hamon fosse a cara dos socialistas nas presidenciais, este teria apenas 8%. Em primeiro lugar apareceria Marine Le Pen (27%), depois François Fillon (26%), seguindo-se Emmanuel Macron (20%) e Jean-Luc Mélenchon (13%).

    Valls também não tem razões para sorrir, embora apareça ligeiramente melhor, com 9% dos votos na primeira volta. Neste cenário, o resto dos resultados seriam: Marine Le Pen (27%), François Fillon (25%), Emmanuel Macron (18%) e Jean-Luc Mélenchon (15%).

    Ou seja, segundo esta sondagem (que não destoa das restantes) o candidato socialista apareceria em 5º lugar, seja ele Valls ou Hamon.

  • Primeiras sondagens à boca da urna dão vitória a Benoît Hamon

    Entretanto, já se conhecem os resultados preliminares de algumas sondagens à boca da urna. De forma geral, dão a vitória a Benoît Hamon. Ainda assim, o ex-ministro da Educação não deverá passar dos 60%, diz o Le Point.

    Estes números são ainda muito incipientes e, por isso, há que esperar por novas confirmações. Seja como for, na imprensa francesa já se escreve que há “garrafas abertas” na sede de Benoît Hamon e no quartel-general de Manuel Valls as pessoas estão “apreensivas”.

  • Recorde o debate entre Valls e Hamon

    Se perdeu o debate entre Manuel Valls e Benoît Hamon, então dê uma vista de olhos neste artigo do Observador, onde fizemos um pequeno resume do embate entre os dois candidatos. Valls criticou Hamon por querer criar um rendimento universal, acusando de ser “irrealista”; Hamon falou contra a austeridade. No final, o moderador quis saber qual deles era o mais poliglota. Está tudo aqui.

  • Por enquanto, tanto Benoît Hamon como Manuel Valls mantêm-se em silêncio. Isto, claro, se estivermos a falar estritamente de política. É que hoje França ganhou o mundial de andebol, depois de vencer a Noruega na final. De Valls, não sabemos nada. Mas Hamon já felicitou os bleus:

  • Por enquanto, tanto Benoît Hamon como Manuel Valls mantêm-se em silêncio. Isto, claro, se estivermos a falar estritamente de política. É que hoje França ganhou o mundial de andebol, depois de vencer a Noruega na final. De Valls, não sabemos nada. Mas Hamon já felicitou os bleus:

  • (Especial) Benoît Hamon: o Bernie Sanders francês quer taxar robots e legalizar a marijuana

    Já agora, conhece o perfil de Benoît Hamon? É de esquerda, propõe a introdução um rendimento universal de 750 euros, quer a legalização das drogas leves e vai buscar duas referências ao estrangeiro: Yannis Varoufakis e Bernie Sanders.

    Se ficou com vontade de saber mais, leia este especial do Observador

  • Manuel Valls espera que maior participação consiga um "sobressalto" a seu favor

    A alta participação eleitoral é talvez um dado indispensável para Manuel Valls e para as suas aspirações. Isto porque Benoît Hamon conta hoje com o apoio de Arnaud Montebourg — e, se quisermos olhar para tudo isto de forma aritmética, então o ex-ministro da Educação pode conseguir somar aos seus 36,03% de domingo passado os 17,52% do terceiro classificado. Ou seja, 53,55% dos votos.

    Nada disto é aritmética, é certo. Mas Manuel Valls certamente gostaria de contar com números mais positivos agora que os resultados estão perto de sair. Será que a subida de participação irá a seu favor? Ao Les Echos, uma pessoa ligada a Manuel Valls dizia esperar um “sobressalto” provocado pela subida da participação.

    Há que aguardar — de calculadora numa mão e bola anti-stress na outra.

  • Participação eleitoral aumenta em relação à primeira volta

    Se é para continuar a falar de números — e à falta de resultados, para já — então podemos olhar para os números da participação nestas eleições primárias, que estão em alta relativamente à semana passada. Segundo o PS francês, já mais de 1,3 milhões de eleitores votaram em 70% dos locais de voto. Ao Le Monde, Christophe Borgel, o deputado socialista responsável pela organização destas eleições primárias, falam de “um aumento de 22,8%” da participação eleitoral nesta domingo em relação à primeira volta.

    Também àquele jornal, o líder da federação parisiense do PS fala de um aumento de “à volta de 25%” em relação à primeira volta na capital do país.

  • Os resultados da primeira volta

    Enquanto esperamos os resultados desta noite (que devem começar a sair por volta das 20h00 de Lisboa), recordemos como ficaram as contas da primeira volta. Depois de vários nomes terem avançado nos últimos tempos, houve sete que ficaram até à primeira volta. Entre estes, os quatro candidatos com melhores resultados foram todos do PS. Seguiram-se depois candidatos de partidos com menor expressão. Ora confira:

    Benoît Hamon (PS) – 36,03%
    Manuel Valls (PS) – 31,48%
    Arnaud Montebourg (PS) – 17,52%
    Vincent Peillon (PS) – 6,81%
    François de Rugy (Ecologista) – 3,83%
    Sylvia Pinel (Partido Radical de Esquerda) – 2%
    Jean-Luc Bennahmias (Frente Democrática) – 1,02%

    Nota: tecnicamente, as eleições primárias de hoje são da esquerda e não apenas do PS; porém, são os socialistas que a dominam, como o resultado de domingo passado a comprová-lo.

  • Valls e Hamon: uma luta de dois opostos

    Os dois homens que hoje se defrontam para chegar ao lugar de candidato socialista nas eleições presidenciais são duas caras conhecidas do circuito político francês. Uma delas é conhecida em todo o mundo: Manuel Valls, primeiro-ministro durante a presidência de François Hollande, entre 2014 e 2016. A outra, é conhecida um pouco por toda a França: Benoît Hamon, ex-ministro da Educação, também durante a presidência de François Hollande. Benoît Hamon demitiu-se quando, em 2014, Manuel Valls sucedeu a Jean-Marc Ayrault, por não concordar com a aproximação à direita que aquela mudança em Matigon preconizava.

    É uma luta de dois opostos: Manuel Valls representa a ala direita do PS e Benoît Hamon é o candidato mais à esquerda.

1 de 2