Miguel Relvas garante que “está na hora” de o PSD abrir um debate “sobre as primárias”. Em declarações ao Expresso, o antigo ministro-adjunto de Pedro Passos Coelho defende que “debater ideias interessantes não é ser contra ninguém”.

“Está na hora do meu partido, que nunca foi um partido instalado nem com dirigentes dependentes da vida política para viver, encarar este debate sobre as primeiras”, disse. Para Relvas, esse debate deve acontecer depois das autárquicas, marcadas para outubro, e antes da realização do próximo congresso do PSD, que deverá acontecer em fevereiro ou março de 2018.

As eleições primárias permitem a participação de militantes e de não-militantes no processo de escolha da liderança de um determinado partido.

“Entre outubro e março temos seis meses para fazer um debate em todo o país com a participação dos militantes, com a vantagem até de compensar eventuais situações menos agradáveis nas autárquicas”, afirmou ainda o ex-ministro, que se tem vindo a posicionar ao lado de Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, num cenário em que Passos Coelho abandone a liderança do partido. Relvas descreveu Montenegro como um dos “rostos do futuro” do PSD.

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Recorde-se que, tal como o Observador já tinha noticiado, o ex-secretário-geral do PSD e ex-ministro de Passos Coelho já tinha defendido em março a realização de primárias no seu partido durante um seminário sobre sistemas eleitorais que ocorreu em Brasília, capital do Brasil. Na altura, elogiou a decisão do PS de avançar para primárias em 2015 — quando António Costa desafiou a liderança de António José Seguro. “As eleições primárias [PS] foram um passo para a modernidade partidária que merece um elogio”, afirmou Relvas em Brasília.

Miguel Relvas defende primárias no PSD