Vários rebeldes sírios e as respetivas famílias começaram esta segunda feira a ser retirados de Barzeh, um dos distritos da capital, Damasco, ainda dominado pelas forças rebeldes que se opõem ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad. É a primeira evacuação a acontecer em Damasco e o coloca o governo mais próximo de recuperar a totalidade da capital. A evacuação do distrito acontece depois de a Rússia e o Irão, que apoiam o regime sírio, terem acordado com a Turquia que, por outro lado, está do lado da oposição, a assinatura de um plano para estabelecer zonas de “normalização”, uma espécie de cessar-fogo localizado.

Apesar de o governo da Síria ter dito que não autorizava as Nações Unidas ou qualquer outra força estrangeira a monitorizar essas zonas, o país fez saber, através de Walid Muallem, ministro dos Negócios Estrangeiros, que há outros acordos para permitir passagem aos rebeldes sem serem atacados pelo exército sírio. Cerca de 1.022 pessoas — incluindo 568 militares rebeldes — já estão a sair de Barzeh em direção a Idlib, no nordeste do país, uma província que tem recebido milhares de rebeldes à medida que estes se vão rendendo às forças de al-Assad. É também lá que estão os habitantes de Aleppo, uma das cidades mais fustigadas pela guerra.

A notícia é avançada pela agência France Press que relata, também, o facto de que os rebeldes foram autorizados a levar as armas pessoais para se defenderem. Há negociações a decorrer para que Qabun, no nordeste de Damasco, seja a próxima província a ser evacuada. O governo controla quase toda a cidade faltando apenas seis distritos: Barzeh, Qabun, Jobar, Tishreen, Tadamun e Yarmuk.

O acordo assinado entre as várias partes do conflito proíbe todos os ataques aéreos e por terra durante seis meses em zonas específicas que ainda estão a ser delineadas. Estas tréguas não se estendem aos militantes e às posições do Daesh, que continua a ter uma forte presença na Síria.

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, vai discutir com o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, qual a melhor forma de defender estas zonas num encontro que acontece na próxima quarta-feira.

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