A GNR está a tomar atenção ao estado psicológico dos seus agentes. Esta terça-feira, o Centro de Psicologia e Intervenção Social da GNR pediu aos comandantes que estivessem atentos a eventuais sinais de perturbações nas forças que combateram os fogos da região centro do país na semana passada.
O pedido foi feito numa reunião que juntou cerca de 60 comandantes, adjuntos, chefes de secção e comandantes de destacamento. Na reunião foi pedida uma especial atenção às mudanças de comportamento dos militares da GNR nas próximas semanas.
Os psicólogos da GNR têm, até agora, 10 militares em observação. Esses guardas mostraram sinais de preocupação e outros dois foram encaminhados para um centro clínico para terem apoio psicológico ou psiquiátrico. Ainda assim, os casos não são graves, já que todos continuam a trabalhar.
Para estes guardas é difícil esquecer o que viram naqueles dias, “sobretudo os que estiveram próximos dos cadáveres”, e alguns tinham vontade de desabafar, adiantou à TSF o chefe do centro de psicologia. O coronel Ilídio Canas adiantou ainda que também encontraram problemas “em alguns que estiveram cercados ou muito próximo do fogo e viveram de perto a aflição das populações”.
O responsável por este serviço pediu, por isso, especial atenção a eventuais sinais de stress e que será normal nos próximos dias algumas manifestações de tristeza ou preocupação. A prioridade é detetar estes problemas de forma a que não se prolonguem.
A GNR destacou seis psicólogos para a região centro, durante os incêndios da passada semana. Na zona continuam dois e todos os guardas que combateram os incêndios têm o número de telefone do centro de psicologia para esclarecerem quaisquer dúvidas ou para pedirem ajuda.