Mais um caso de assédio e abuso sexual em Hollywood. De acordo com o Los Angeles Times, seis mulheres acusaram o realizador e produtor de cinema Brett Ratner de ter condutas impróprias e de agressões sexuais. O LA Times conta alguns destes abusos, como o que sofreu a modelo e atriz Natasha Henstridge.
A canadiana ainda era apenas uma modelo de 19 anos quando adormeceu a ver um filme no sofá de Brett Ratner, então um promissor realizador de musicais com apenas 25 anos. Estavam com vários amigos no apartamento de Ratner em Nova Iorque a ver o filme, mas quando Natasha acordou estava sozinha com o dono da casa. A modelo de 19 anos levantou-se do sofá e quis sair do apartamento. Mas Ratner boqueou a porta com o corpo e impediu-a de sair. O realizador começou depois a tocar-se e forçou a jovem modelo a praticar sexo oral. A versão já foi contestada pelo advogado do realizador, Martin Singer.
Desde essa altura, Natasha teve sucesso como atriz em filmes como “Species” (em Portugal, “Espécies”) ou “The Whole Nine Yards” (em Portugal “Falsas Aparências”), enquanto Ratner se tornou num dos homens mais poderosos de Hollywood, como diretor, produtor ou apenas financiador de sucessos de bilheteira como “X-Men: O Confronto Final”, “The Revenant: O Renascido”, “Chefes Intragáveis” ou “Hora de Ponta”. Depois de, nas últimas semanas, várias vítimas terem denunciar abusos sexuais do produtor Harvey Weinstein, do diretor James Toback e de outras figuras da indústria, a atriz decidiu também contar a sua história.
Ao Los Angeles Times, outras cinco mulheres denunciaram abusos de Brett Ratner. Olivia Munn, quando era aspirante a atriz, em 2004, visitou as filmagens de “Golpe no Paraíso”, realizado por Ratner. Quando ela foi entregar uma refeição ao realizador, ele masturbou-se à frente dela. Em 2010, Olivia chegou a contar a história num livro, mas sem dizer identificar o realizador. Um ano depois, Ratner terá admitido num programa de televisão que o realizador era ele próprio, embora o tenha desmentido pouco depois. Nesse mesmo ano, Munn encontrou-se com Ratner numa festa da Creative Artists Agency e o realizador abordou-a gabando-se de ejacular por cima de revistas com a sua imagem.
O advogado do realizador, Martin Singer desmente “categoricamente” as acusações. Numa carta de 10 páginas enviada ao The Times afirma: “Representei o sr. Ratner nas últimas duas décadas e nenhuma mulher fez qualquer denúncia contra ele por má conduta sexual ou assédio sexual”. O advogado diz ainda que o interesse das mulheres que fazem a denúncia é a conta bancária do seu cliente.