Boris Johnson está pronto para garantir à Rússia que o Reino Unido pode e vai retaliar caso o Kremlin continue a usar ciberataques para perturbar o ocidente. O secretário de Estado para os Assuntos Externos britânico garante que o objetivo do Governo de Theresa May não é comportar-se de uma maneira disruptiva informaticamente mas tem capacidade suficiente para dissuadir possíveis ciber agressores.

Johnson está em Moscovo para um encontro com o seu homólogo russo e o The Guardian avança que os ataques informáticos do país de Vladimir Putin são o principal tema em discussão. O antigo mayor de Londres é o primeiro secretário de Estado para o Assuntos Externos britânico a visitar a Rússia num período de cinco anos – período esse em que as relações do Kremlin com o ocidente se deterioraram. À entrada para as conversações, o ministro dos negócios estrangeiros russo disse as relações entre os dois países estão “em baixo”, enquanto que Boris Johnson se limitou a destacar que as exportações britânicas para a Rússia aumentaram nos últimos meses.

Nenhum dos lados espera grandes mudanças numa relação que ficou ainda mais danificada depois de vários ministros russos terem gozado com as acusações britânicas de ataques informáticos, ciber exércitos e ingerência. Boris Johnson respondeu à letra e comparou a Rússia a Sparta, a cidade da Grécia Antiga: “Fechada, desagradável, militarizada e antidemocrática”.

Ainda assim, o secretário de Estado britânico também adiantou que é importante incluir os russos na cooperação e coordenação internacional para lidar com assuntos como a Coreia do Norte, a Síria ou o Irão.

As declarações de Johnson sobre os ataques informáticos russos surgem semanas depois da primeira-ministra Theresa May ter aproveitado um discurso importante para acusar Putin de usar a ciber espionagem para causar a discórdia no ocidente.

Desde que tomou posse, Boris Johnson já tinha agendado esta viagem oficial duas vezes: desmarcou-a em cima da hora em ambas as ocasiões.

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