Quinze crianças e duas mulheres morreram esta segunda-feira durante um raide aéreo das forças governamentais contra um escola onde estavam escondidas, na cidade de Arbine, Ghouta oriental, denunciou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Esta cidade, próxima da capital, Damasco, continua ocupada pelos rebeldes que ainda permanecem em Ghouta oriental, apesar de o regime do Presidente Bashar al Assad manter contra aquele antigo bastião uma forte ofensiva militar particularmente violenta e mortal, com constantes bombardeamentos e apoiada pelos aviões russos.
ONU pede fim da “situação catastrófica” em Ghouta oriental e Afrine
A ONU lançou esta segunda-feira um apelo urgente para “pôr fim à situação catastrófica de dezenas de milhares de pessoas em Ghouta oriental e Afrine”, nos arredores de Damasco, a capital, e a noroeste da Síria, respetivamente.
“Depois de ver em primeira mão as condições das pessoas da Ghouta oriental e Afrine, que estão cansadas, famintas, traumatizadas e temerosas, necessitamos de lhes proporcionar ajuda urgente”, referiu, em comunicado, Ali al Zaatari, coordenador da ajuda humanitária na Síria.
O responsável da ONU classificou de “angustiantes” as condições que são enfrentadas pelas pessoas. “Muitas permanecem presas pelo conflito no interior de Ghouta oriental e Afrine. Todas necessitam desesperadamente de ajuda”, defendeu.
Ali al Zaatari garantiu que a ONU e os seus parceiros estão totalmente mobilizados para entregar ajuda no terreno, deixando elogios aos “esforços incansáveis” que têm desenvolvido.
“Instamos os Estados-membros [das Nações Unidas] a fornecerem os necessários suprimentos e fundos”, afirmou, apelando também a todas as forças envolvidas no conflito que facilitem o acesso humanitário às pessoas necessitadas e que protejam os civis e os funcionários médicos e humanitários.
Tanto Afrine como Ghouta oriental são alvo de ofensivas que causaram dezenas de milhares de pessoas deslocadas. Localizado no noroeste da Síria, Afrine, que era controlada por milícias curdas, é alvo de uma campanha militar da Turquia, que é apoiada por fações rebeldes sírias, desde 20 de janeiro.
Ghouta oriental é o principal feudo da oposição fora de Damasco e sofreu uma ofensiva do Governo desde 18 de fevereiro, que começou com uma intensificação de bombardeios aéreos e de artilharia, e depois uma incursão terrestre.