Que a Pininfarina desenha automóveis com uma estética avassaladora, a que ninguém consegue ficar indiferente, já sabíamos. Agora, as pistas deixadas no Salão de Genebra ganham cada vez mais força com a indicação de que o atelier de design italiano vai dar o salto em frente, convertendo-se em fabricante. A gama inicial até já está definida, os prazos balizados e o (primeiro) alvo apontado: a Bugatti. Mas, vamos por partes.

No recente certame suíço, onde foi revelado o HK-GT, o presidente da empresa italiana, Paolo Pininfarina confessou que esperava que o sonho de construir carros do seu avô se tornasse realidade “num futuro não muito distante”. E a verdade é que o histórico da Pininfarina aponta para o sucesso de uma opção como essa, já que quando que o atelier se “atreveu” a fazer o exclusivo Pininfarina Sergio saiu-se (muito) bem. Foram construídas apenas seis unidades, cada uma vendida por 2,7 milhões de euros, o que lhe valeu a entrada na nossa lista dos 10 carros mais caros do mundo.

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Se no plano estético a Pininfarina dá cartas, depois há que ter dinheiro para avançar, já que uma coisa é fazer uns quantos exemplares, outra bem distinta é colocar uma insígnia numa gama de modelos. E é aqui que entra a Mahindra, disposta a desembolsar 410 milhões de euros ao longo dos próximos cinco anos, dos quais 81 milhões vão ser disponibilizados logo no arranque.

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Esse financiamento não significa, contudo, uma dependência do ponto de vista organizacional, com a Pininfarina a manter a operação na Europa, ao que tudo indica sob os comandos do ex-líder da Audi na Índia, Michael Perschke.

Michael Perschke estará a liderar a transformação da Pininfarina em construtor automóvel

A meta está balizada: a ideia é fazer quatro modelos nos próximos cinco anos, um hiperdesportivo e três SUV. Com uma nuance: serão todos eléctricos. E, neste ponto, a Pininfarina tem outro trunfo para se apresentar ao mercado em nome próprio com impacto: vai contar não só com a experiência da Mahindra na Fórmula E, como também com a tecnologia dos croatas da Rimac, que já deram provas de estarem muito à frente nesta matéria. Nomeadamente, com o Rimac C_Two, cuja plataforma vai servir para montar o hipercarro eléctrico dos italianos. O projecto tem o nome de código PF-Zero e pretende rivalizar directamente com o Chiron, pelo que convém recordar, neste ponto, os atributos do C_Two: 1.888 cv, 415 km/h de velocidade máxima e 0 a 97 km/h em 1,85 segundos. O hiperdesportivo italiano deverá chegar ao mercado já dentro de dois anos, em 2020, expectavelmente com a estética do concept H2 Speed.

Oficial. SUV Urus é super, hiper, mega…“lambo”

Quanto aos SUV, a Autocar avança que o topo de gama perfilar-se-á como um adversário do Lamborghini Urus, usufruindo de uma bateria de cerca de 140kWh e oferecendo uma potência em torno dos 953 cv. Isto, contra os 650 cv do Lambo. Também promete!

Já os outros dois serão da bitola dos Porsche Cayenne e Macan. Resta esperar agora pelo anúncio oficial da “Pininfarina Automobili”, o que poderá já acontecer a 14 de Abril, na corrida de Fórmula E que se disputará em Roma.