Em vez de marcharem contra a atual legislação sobre o porte de armas, como aconteceu neste último fim de semana, os jovens devem aprender primeiros-socorros e técnicas de reanimação. Esta é a sugestão de Rick Santorum, ex-senador republicano e candidato à nomeação do partido às últimas presidenciais.

Durante a participação num programa de debate da CNN, o ex-senador da Pensilvânia insurgiu-se contra quem se manifestou no sábado em várias cidades dos EUA. Entre os manifestantes estavam vários jovens que diziam ter medo de ir à escola por não saber se não serão vítimas de um próximo tiroteio.

Manifestações nos EUA. “Temos medo de ir à escola porque não sabemos se seremos os próximos”

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“E porque é que estes miúdos, em vez de esperarem que venha outra pessoa resolver o seu problema, não têm a iniciativa de, por exemplo, fazer cursos de primeiros-socorros e aprender técnicas de reanimação, para saber responder melhor a situações em que exista um atirador violento”, questionou Rick Santorum.

Rick Santorum critica quem está a exigir alterações legislativas, porque essas pessoas querem aplicar “leis da treta”, contra as armas, que nunca irão dar resultado. As manifestações do fim de semana são, na opinião do ex-senador republicano, um mau exemplo de pessoas que “se mobilizam para pedir a alguém que aprove uma lei”. “Porque é que não se mobilizam para perguntar: ‘como é que eu, enquanto indivíduo, posso lidar com este problema?’, questionou Santorum, na CNN.

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Os comentários de Rick Santorum provocaram reações muito críticas nas redes sociais, incluindo o comentário de um médico cirurgião, Eugene Gu, que afirmou no Twitter: “Como cirurgião, já operei vítimas de armas de fogo cujos intestinos tinham sido dilacerados por balas, ou cuja espinal-medula tinha sido perfurada, ou que os seus fígados ou rins tinham sido pulverizados. Ver Rick Santorum a dizer aos jovens para se calarem e tirarem cursos de reanimação é, simplesmente, inconsciente”.

O protesto nacional surgiu em reação ao massacre de 14 de fevereiro, quando 17 pessoas foram mortas num liceu da Florida. A frustração tem aumentado face à inércia dos legisladores e dos poderes públicos, que manifestam reservas em agir contra o poderoso ‘lobby’ norte-americano das armas de fogo, a NRA. Colion Noir, advogado, membro da NRA e ativista pelo uso das armas já comentou as manifestações: “Ninguém saberia os vossos nomes” se não tivessem sido vítimas de um tiroteio.

A Casa Branca também emitiu um comunicado a elogiar os estudantes que saíram à rua ao longo deste sábado: “Aplaudimos todos os corajosos jovens americanos”. No mesmo comunicado, a porta-voz da Casa Branca, Lindsay Walters, disse que a prioridade do presidente norte-americano Donald Trump é “manter as crianças seguras”.

Trump quer dar bónus a professores armados

Desde o início do ano, já foram registados 33 incidentes com armas em centros educativos nos Estados Unidos, segundo dados da organização Everytown for Gun Safety.