A Primeira Guerra Mundial terminava, o império austro-húngaro caía e a revolução russa rebentava um ano antes: 1918 foi um ano complexo para a geopolítica mundial, que culminou na autonomização de vários países. É o caso dos países bálticos, por exemplo, como explica o El País. O centenário da sua independência celebra-se, por isso, este ano. Que países são estes que em 2018 fazem 100 anos?
Estónia
Com a revolução russa, a Estónia declarou a sua independência a 24 de fevereiro de 1918 — poucos dias antes de a Rússia assinar o tratado Brest-Litovsk, que pôs fim à sua participação na Primeira Grande Guerra e passou a soberania dos países bálticos à Alemanha. Com a derrota da Alemanha, a Estónia recuperou a sua independência dois anos depois, em 1920.
O país manteve a democracia até 1934 quando, na sequência dos efeitos da Grande Depressão, acabaria por dissolver o Parlamento e Konstantin Päts instaurou um regime autoritário. Em 1940, Estaline faz da Estónia uma das repúblicas socialistas soviéticas da URSS, e so em 1991, depois da queda do muro de Berlim, é que a Estónia recupera a sua independência. Pertence à União Europeia desde 2004, e ao euro desde 2011.
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Letónia
Com uma história semelhante à da Estónia, a Letónia declarou a sua independência da Rússia em novembro de 1918. Depois de ter passado por um regime autoritário comandado por Kärlis Ulmanis, em 1940 foi invadida pelo exército soviético, passando a ser parte integrande da URSS. Foi em agosto de 1991 que a Letónia voltou a declarar-se independente.
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Lituânia
História diferente tem a Lituânia, que fez 100 anos no passado dia 16 de fevereiro. Já tinha sido um país independente, depois de, em meados do século XIII, ter visto as tribos lituanas unirem-se em torno do rei Mindaugas, dando início a um grão-ducado que se juntou à Polónia em 1385. Mas a união entre a Lituânia e a Polónia tinha os dias contados e a partir do século XVIII a Lituânia caiu no domínio russo.
Em 1915, contudo, a Alemanha ocupou a Lituânia com o objetivo de criar um Estado satélite no final da Primeira Guerra Mundial. Em 1918 o país declarou a sua independência, que durou até à Segunda Guerra Mundial. E a história repetiu-se: a Lituânia passou a ser uma república soviética da URSS, até recuperar a sua soberania em 1991.
Happy 100th anniversary, Lithuania! #Lithuania100 pic.twitter.com/es6iU66ktU
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Bielorrússia
Era a mais pequena das repúblicas eslavas da União Soviética e, apesar de ter uma língua e identidade própria, só foi independente em 1918: antes tinha estado debaixo da soberania da Lituânia, da Polónia e, a partir do século XVIII, da Rússia. A independência proclamada em 1918, contudo, não duraria muito tempo: a Alemanha, que tinha defendido a criação da República Nacional da Bielorrússia, perdeu a guerra e a Bielorrússia tornou-se uma das quatro repúblicas fundadoras da União Soviética.
Só veio a declarar depois a sua independência em 1991. O governo de 1918 manteve-se exilado em oposição ao domínio comunista da URSS, primeiro, e depois à ditadura de Aleksander Lukashenko, que chegou ao poder em 1994. O dia da independência é celebrado a 25 de março.
Azerbeijão
Não havia Estado do Azerbeijão até ao ano de 1918. Depois da revolução russa, o Azerbeijão, a Arménia e a Geórgia uniram-se numa república federal, mas não durante muito tempo. Os três países declararam a sua independência, sendo que só o Azerbeijão é que conquistou a sua soberania pela primeira vez.
Em 192 as tropas soviéticas entraram no país e o Azerbeijão tornou-se parte da URSS: só voltaria a declarar independência em 1990. Daí até 1994 esteve em guerra como os independentistas arménios da região do Alto Karabaj.
Islândia
Foi a 1 de dezembro de 1918 que a Islândia acordou a sua independência com a Dinamarca, apesar de Copenhaga continuar a controlar a sua política externa. A ideia era manter o acordo durante 25 anos, mas em 1944, de forma unilateral, os islandeses romperam os laços constitucionais com a Dinamarca e, em junho de 1944, estabeleceram uma república.
Segundo um vídeo promocional a propósito do centenário da independência, restam não mais do que uns 70 inslandeses nascidos em 1918 ou antes.