O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou esta quinta-feira congelar as contas de várias empresas relacionadas com o seu homólogo panamiano, Juan Carlos Varela, em resposta à decisão do Panamá de suspender os voos de sete companhias aéreas venezuelanas. “Ordenei o congelamento as contas de todas as empresas do Panamá, vinculadas às mafias representadas pelo Governo de Juan Carlos Varela”, anunciou o vice-presidente da Venezuela, Tarek El Aissami.
O anúncio teve lugar durante a ajuramentação do Comando de Campanha Simón Bolívar, de cara às eleições presidenciais antecipadas previstas para 20 de maio, ato que teve lugar no Estado venezuelano de Arágua, a 100 quilómetros a oeste de Caracas. “O Presidente panamiano divulgou uma nova resolução, infame, ilegal, desproporcional, evitando que aviões venezuelanos cheguem ao Panamá. Temos dito que, se é com boas maneiras, estamos na disposição de falar, dialogar, resolver o que houver para resolver, mas por essa via, saibam que lhes responderemos com dignidade”, disse.
Segundo Tarek El Aissami, o Presidente Nicolás Maduro ordenou que sejam divulgadas as novas empresas panamianas alvo de medidas do Governo venezuelano, justificando a medida na necessidade “de proteger” o sistema económico e financeiro da Venezuela, “das mafias do Panamá”. A 5 de abril passado, o Presidente Nicolás Maduro suspendeu as relações económicas e financeiras com 22 pessoas e 46 entidades jurídicas do Panamá.
A suspensão, válida por 90 dias, renováveis, abrangeu o Presidente do Panamá, Juan Carlos Valera, a ministra de Relações Exteriores, Isabel de Saint Malo, o ministro da Presidência, Álvaro Alemán, e a ministra de Governo, Maria Luísa Romero. A medida, segundo Caracas, deve-se “ao uso recorrente do sistema financeiro panamiano, por venezuelanos, para mobilizar dinheiro e bens provenientes de delitos contra o património público”.
Entre as empresas afetadas está a Copa Airlines, uma das principais linhas aéreas da América Latina. A 30 de março passado, o Panamá decretou sanções contra o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, 54 funcionários governamentais e 16 empresas venezuelanas, por “alto risco” em matéria de branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e de armas de destruição maciça.
Entretanto, o Governo panamiano anunciou que vai adotar medidas de retorsão contra a Venezuela a partir de 25 de abril, suspendendo as operações de sete companhias aéreas venezuelanas por 90 dias, prorrogáveis. A medida abrange “todas as atividades de transporte aéreo, de passageiros e carga, das companhias aéreas venezuelanas que operam no Panamá” e são aplicáveis à Aeropostal Asas da Venezuela, Avior Airlines, Conviasa, Laser, Ravsa, Santa Bárbara Airlines e Turpial Airlines.