Naquela que é uma das primeiras etapas do processo judicial americano, o Grande Júri (o comité especial que tem o poder de pedir mais investigações ou determinar se as provas apresentadas são suficientes) decidiu esta quarta-feira avançar com uma acusação formal contra Harvey Weinstein.
Em causa estão duas acusações — pelas quais Weinstein foi detido a 25 de maio, ficando em liberdade depois de pagar uma fiança de um milhão de dólares — por violação e agressão sexual em casos alegadamente ocorridos em 2004 e 2013. Harvey Weinstein fez saber através do principal advogado, Benjamin Brafman, que, em relação às acusações em questão, uma ocorreu há 14 anos (e prescreveu) e a segunda envolve uma vítima com a qual o produtor manteve uma relação consensual.
O procurador de Manhattan, Cyrus Vance, e apesar do que afirma a defesa do produtor, garantiu esta quarta-feira que a acusação coloca Weinstein “um passo mais próximo de ser responsabilizado pelos crimes de violência sexual pelos quais foi agora acusado.”
“O recente ataque do réu à integridade das sobreviventes e do processo legal é previsível”, continuou, referindo-se à recusa de Weinstein em testemunhar perante o Grande Júri, alegando a defesa do produtor que não conseguiu o acesso a documentos importantes sobre o caso que consideravam necessários para defender o cliente.
O escândalo de violação e agressão sexual envolvendo o produtor Harvey Weinstein começou em outubro de 2017. Então, o jornal New York Times divulgou uma série de testemunhos de atrizes que afirmavam ter sido assediadas por Weinstein ao longo das últimas décadas. A partir daí, mais de uma centena de atrizes (entre as quais Angelina Jolie ou Gwyneth Paltrow) e antigas colaboradoras acusaram-no de assédio, abuso sexual e violação. Perante todas essas acusações, Harvey Weinstein declarou-se sempre inocente.