“É o dispositivo móvel mais poderoso do mundo”. Esta quinta-feira, perante uma plateia cheia no Barclays Center em Brooklyn, Nova Iorque, DJ Koh, presidente executivo da Samsung, anunciou o Note 9, o novo telemóvel com um grande ecrã de 6,4 polegadas da empresa. Uma semana antes do anúncio oficial, o equipamento já tinha sido divulgado “acidentalmente”, mas isso foi porque neste “Unpacked” a sul-coreana teve outras surpresas: houve também novos smartwatches, colunas inteligentes e o videojogo Fortnite para Android em exclusivo para a série Galaxy (no primeiro mês).
[Veja o vídeo em direto que o Observador fez no Barclays Center, em Brooklyn, onde a Samsung apresentou estes novos produtos a centenas de jornalistas de todo o mundo]
O Galaxy Note 9, o smartphone da Samsung que aposta (sem medo) numa grande bateria
O novo Galaxy Note continua a manter a caneta digital, a S Pen, que o distingue de outros equipamentos no mercado. “É a principal razão para a compra da série Note”, explicou numa apresentação à imprensa um responsável da marca. Para mostrar como este acessório, que se encaixa no próprio smartphone quando não está a ser utilizado, é o “herói” deste equipamento, a Samsung adicionou uma bateria própria à caneta que permite tirar fotografias e controlar o Note 9 apenas utilizando apenas S Pen até uma distância de 10 metros (uma opção útil para apresentações ou para se ver filmes do YouTube no sofá numa televisão ligada ao equipamento por cabo HDMI).
Temos milhões de utilizadores a utilizarem os Note. Esperamos que uma boa porção do Note 8 faça o upgrade para o Note 9 pela bateria maior e a caneta renovada”, confessou ao Observador Mark Notton, direto de Produto e estratégia comercial da Samsung.
Em relação ao Note 8, a Samsung melhorou esta versão em quase todos os componentes. Além de uma bateria de quatro mil miliampéres (a maior da marca) que promete capacidade “para um dia inteiro”, o Note 9 vai ter duas versões, uma com 128 gb de memória interna e 6 gigabytes de RAM, e outra com 512 gigabytes de memória interna e 8 de RAM. É também no armazenamento que surge outra novidade, com a empresa a manter a expansão de memória por cartão mini SD, este modelo permite adicionar até mais um 1 terabyte de memória (sim, leu bem: 1 terabyte).
[Veja no vídeo as principais novidades do Note 9]
As câmaras traseiras também tiveram melhorias e, como o Galaxy S9 e S9+, adaptam-se à luz exterior com uma lente com dupla abertura para permitir uma boa qualidade de imagem até em ambientes mais escuros. Seguindo a tendência destes modelos e da concorrência, a Samsung adicionou aos Note a opção de a câmara reconhecer que objeto está a fotografar para, automaticamente, escolher qual o melhor modo para a fotografia. Segundo a marca, se a câmara “tiver um dedada” percebe e avisa o utilizador. É também ao pé da câmara que se encontra o sensor de impressões digitais, que agora está a meio da capa protetora, e um sensor de batimento cardíacos.
O ecrã AMOLED tem 6,4 polegadas e, em termos de resistência, o Note 9 promete também ser grande com uma classificação de resistência a poeiras e água IP68 (é das maiores atribuídas). Além disso, com ligações de até 1,2 gigabytes por segundo por Wi-fi e um sistema de arrefecimento 3 vezes maior do que o Note 8, o Note 9 é o smartphone mais rápido que a Samsung já fabricou, ultrapassando o Galaxy S9 e comparando-se a modelos topo de gama da concorrência, como o Huawei P20 Pro.
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À semelhança dos modelos de gama mais alta da Samsung, o Note 9 tem um modo desktop que permite ligar a um ecrã tornando-o num computador de secretária. Para incentivar os utilizadores a utilizar este modo, a empresa lançou também um novo acessório mais pequeno para, apenas com um cabo HDMI, transformar qualquer ecrã no ambiente de trabalho do Note 9 (e dá para ligar por Bluetooth um rato e teclado). O Galaxy Note chega a Portugal a 24 de agosto e vai começar com um preço inicial de 1.029,99 euros.
Quando isso aconteceu [as baterias do Note 7 explodiram em 2016, obrigando a uma recolha do produto] foi um momento duro para a Samsung. Não perdemos muita confiança [dos consumidores], foi como um solavanco que encontrámos. Creio que tivemos respeito por parte do público pela forma como lidámos com a situação”, contou ao Observador Mark Notton, diretor de produto e estratégia comercial da Samsung
O primeiro Note foi lançado em 2011 e a diferença foi ter uma pequena caneta digital, como os antigos notepads, num mundo que já estava habituado a ecrãs tácteis. Passaram-se sete anos e, mesmo depois de, em 2016, o Note 7 ter sido retirado do mercado por, literalmente, explodir na cara dos utilizadores, a empresa conseguiu voltar conquistar a confiança dos utilizadores. Tal é o sinal de que a Samsung recuperou do capítulo explosivo que o Note 9, depois de críticas (como a que o Observador fez) à falta da capacidade da bateria dos últimos modelos Galaxy S, tem como novidade a “bateria para um dia inteiro”, afirma a marca (o Note 8 tinha apenas 3,300 miliampéres).
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Galaxy Watch, o novo smartwatch da Samsung
Os rumores eram verdadeiros e a Samsung divulgou o novo Galaxy Watch, o smartwatch que vem substituir a gama de relógios inteligentes Gear S e Frontier. Com mais bateria e um ecrã renovado, o Galaxy Watch é também um equipamento, diz a marca, com durabilidade “de nível militar”. Tem duas versões, de 46 e 42 mm (para quem “tem um pulso mais pequeno”).
Este smartwatch é uma evolução dos atuais modelos que a marca tem no mercado. Para concorrer com os Series 3, da Apple, a Samsung vai ter também uma versão que funciona sem estar ligada ao telemóvel para, por exemplo, numa corrida, o utilizador poder fazer chamadas e responder a mensagens apenas com o dispositivo de pulso, podendo deixar o smartphone em casa.
Segundo a marca, a autonomia do Galaxy Watch chega a 80 horas de utilização e tem opções como um medidor de pulsações que, com uma app, “gere o stress dos utilizadores”. Como? Propõe ritmos de respiração para ajudar a acalmar quem o utiliza. Além disso, com a sincronização a aplicações do telefone, permite responder a mensagens, ver lembretes e atualizar o calendário.
O Galaxy Watch vai estar disponível em preto, na versão de 46 mm, e preto e rousa dourado na versão de 42mm. Entre os dois modelos muda também o tamanho da bateria e do ecrã: 1,3 polegadas e 1,2 polegadas, com 472 miliampéres e 270 respetivamente. Os dois relógios suportam carregamento sem fios, como os antecessores smartwatches da marca e têm compatibilidade com os sistemas Android e iOS.
Em Portugal só vão estar disponíveis a partir de dia 21 de setembro. O preço ainda não foi anunciado.
Bixby vai estar em coluna inteligente
O mercado das colunas de som inteligentes, com assistente digital controlada pela voz, está a crescer. Com a Amazon, com os Echo e a Alexa, a Google, com o Google Home, e a Apple, com o Homepod (que tem a Siri), a já terem avançado neste mercado, agora foi a vez da Samsung. Chama-se Galaxy Home e é a primeira coluna inteligente da marca que funciona com a Bixby, a inteligência artificial da Samsung.
O áudio foi concebido pela AKG e tem oito microfones para permitir ouvir a voz do utilizador sem problemas. A Samsung convidou também a palco o presidente executivo do Spotify, Daniel Elk, para anunciar uma parceria entre as duas empresas para o serviço de streaming de música ser o principal a funcionar com estes novos dispositivos.
Testámos a Alexa e a Ok Google. Não nos apaixonámos, mas estivemos perto
Para Mark Notton, “nunca é tarde” para se lançar um produto, disse justificando a sul-coreana só estar a apostar no mercado dos Smartspeakers vários anos depois de empresas como a Google ou Amazon já o terem feito. Para já, o foco é a qualidade de som. Coisas como compras pela coluna, como permite a Alexa, “só nos próximos meses”.
A Samsung com este equipamento quer permitir também uma maior interação com outros produtos da marca, como frigoríficos e televisões, para controlo e informação através da voz. Em Portugal o lançamento “ainda não está decidido”.
Fortnite em exclusivo Android (para já) na Samsung
O conhecido videojogo para PC, que cativa milhões de jogadores em todo o mundo (e até influenciou celebrações de golos de jogadores da seleção francesa no Mundial de futebol) foi outra das novidades anunciadas no evento Unpacked. O Fortnite vai, finalmente, sair para Android (já está disponível para PC, consolas e iOS) e, pelo menos durante o primeiro mês, é exclusivo para o Note 9 e “dispositivos Galaxy” e novos tablets da Samsung. O objetivo é levar os fãs do videojogo a quererem comprar estes equipamento para jogar este título da Epic Games.
Segundo Tim Sweeney, o fundador da Epic Games, “o Note 9 traz uma revolução para se jogar em smartphones”, daí permitir que este dispositivo saia para Android em exclusivo neste equipamento.
A celebração de Griezmann quando marca golos vem de um videojogo. E de um filme de terror
O Fortnite é um jogo de estilo “Battle Royale”. 100 jogadores jogam uns contra os outros através da Internet com personagens numa ilha deserta que vai encolhendo. No final ganha quem sobreviver, como na série “Os jogos da Fome” que se inspirou no “Battle Royale”. O videojogo é gratuito para PC e iOS, mas os jogadores podem comprar itens para as personagens (são apenas estéticos, não influenciam o jogo). Este modelo de negócio leva a que seja dos videojogos com maior sucesso atualmente e dá bastante dinheiro à Epic Games: espera que, só em 2018, gere mais de mais 1,7 mil milhões de euros em receitas.
*O Observador viajou até Nova Iorque para acompanhar o evento Unpacked a convite da Samsung