Um homem matou duas pessoas e deixou uma terceira gravemente ferida na manhã desta quinta-feira, pelas 10h20 locais (9h20 em Portugal Continental), na sequência de um ataque com uma faca em Trappes, num subúrbio a cerca de 30 quilómetros de Paris. O ministro do Interior francês já confirmou a identidade das vítimas, que se tratam de familiares diretos do próprio atacante — mãe e irmã –, o que parece contrariar eventuais motivações terroristas do ataque, tal como reivindicado pelo Estado Islâmico.

O crime foi cometido pelo filho e irmão de duas vítimas (…) O criminoso tinha problemas psiquiátricos significativos. A polícia foi chamada às 9h30 para uma disputa na via pública. Quando eles chegaram, eles viram uma pessoa deitada no chão”, afirmou.

Armado com uma faca, o individuo — identificado pelo jornal Le Monde como um condutor de autocarro nascido em 1982 — atacou três pessoas na via pública antes de se retirar para dentro de um pavilhão, onde se terá barricado. Quando chegou ao local, a polícia abriu fogo, ferindo o atacante fatalmente. O homem acabou por sucumbir aos ferimentos no local.

O grupo terrorista do autoproclamado Estado Islâmico tinha reivindicado o ataque através da sua agência oficial, a Amaaq. Segundo o jornal francês Le Parisien, o homem, na casa dos 30 anos, terá gritado: “Allahu akbar” (Alá é grande). No entanto, as informações entretanto confirmadas pelo próprio governo francês parecem contrariar esta reivindicação.

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A televisão francesa BFMT avança que o suspeito foi abatido pela polícia. O Le Parisien afirma que o suspeito já teria sido detido pelos serviços secretos franceses e que era conhecido por ter um discurso apologista em relação a atos de terrorismo. No entanto, as autoridades apelam à prudência acerca das motivações do atacante.

A polícia francesa confirmou o ataque através da sua conta oficial do Twitter. “Operação policial em andamento na Camille Claudel Street, Trappes (Yvelines). A polícia pede aos moradores para evitar a área e “respeitar o perímetro de segurança”, pode ler-se na publicação.

A câmara municipal de Yvelines agradeceu aos polícias através do Twitter “pela sua frieza e profissionalismo”. Na publicação pode ler-se ainda a confirmação de duas vítimas mortais (incluindo o atacante) e um ferido grave.

“O incidente ocorreu logo depois das 10h”, disse uma fonte de segurança francesa ao RT. “Um homem atacou as pessoas na rua Camille Claudel em Trappes. Ele desapareceu numa casa quando a polícia chegou ao local, e quando ele saiu, foi baleado.”

O ministro do Interior confirmou que o atacante foi “neutralizado” e aproveitou para expressar as suas condolências aos familiares das vítimas.

A região de Trappes é conhecida por ser uma zona desfavorecida com vários casos de violência relacionada com gangues. O subúrbio de Paris tem uma grande população muçulmand, com pelo menos 50 pessoas suspeitas de terem deixado a França para lutar pelo Estado Islâmico na Síria e no Iraque, de acordo com fontes citadas pela AFP.

Após os atentados ocorridos em Paris a 13 de novembro de 2015 que vitimaram 130 pessoas, foi decretado o estado de emergência em França, que se mantém até hoje, tendo sido prolongado cinco vezes.

(em atualização)