O que é a beleza? Ou o que é a imagem perfeita? As medidas certas? Quem cresceu nos anos 90 certamente se lembra do número mágico que era propagado pelas revistas e pela televisão: o 86-60-86 ou as medidas perfeitas da mulher. E já nessa altura essas medidas representavam um padrão irreal que associávamos às super modelos e nunca a nós – mulheres reais. O meu eu adolescente também se colocou em frente ao espelho com uma fita métrica para ver se encaixava. Claro que isso nunca aconteceu.
Mas quando chegamos ao dia de hoje, as redes sociais catapultaram esta imagem da mulher perfeita para a mulher comum. É a “girl next door” que poderíamos (e deveríamos) ser todas nós. Mas não somos. Porque as redes sociais estão apinhadas de mulheres que se enchem de filtros e aplicações para encolher daqui, apagar dali e tornar a pressão pela beleza ainda maior. E se acrescentarmos a isto a pressão para se ter mais e a propagação do estilo de vida altamente consumista, estamos perante uma geração que vai viver para sempre insatisfeita.
A revista Time escreveu que o Instagram é a pior rede social para a saúde mental e bem-estar dos adolescentes e jovens adultos, ressalvando os perigos associados a ansiedade, depressão, solidão e bullying. Falamos de uma rede social que cria expectativas irreais relativamente à imagem e sentimentos de inadequação e baixa auto-estima porque o modus operandi é a proliferação de corpos e rostos irreais altamente editados e retocados.
É aqui que entramos nós. As redes sociais também contam histórias positivas. Falamos de influencers que estão a dar um passo à frente ao gritarem em alto e bom som que as redes sociais também podem ser usadas para mais do que selfies, looks do dia e #ad aos produtos mais estapafúrdios, pondo de lado a ânsia do ter e do mostrar. Influencers que estão a criar diálogos com esta geração da Internet. Que estão a atirar por terra o conceito da beleza de Instagram e a mostrar que, na verdade, a beleza não tem qualquer padrão.
E sempre que as suas fotografias aparecem no nosso feed, a nossa própria confiança aumenta porque nos conseguimos identificar com elas em vários ângulos: desde a positividade corporal até à inclusão, estilo de vida, saúde mental, cultura e por aí fora. Assim, não podemos mudar a forma como as redes sociais são tóxicas. Mas podemos escolher quem queremos seguir e que conteúdos nos fazem bem e queremos consumir diariamente.
Reunimos na fotogaleria mulheres de todo o mundo que têm perfis públicos e que tem obrigatoriamente de seguir porque lhe vão dar um senso de comunidade virtual. E são doses diárias de inspiração.