Não, não e não. O candidato nomeado pelo Presidente dos EUA para o Supremo Tribunal, Brett Kavanaugh, continua a contestar as acusações de assédio sexual que lhe apontam, garante que não vai permitir “falsas acusações” e mantém que não irá desistir da sua candidatura. “Não vou a lado nenhum
Em entrevista ao canal conservador norte-americano Fox News, Kavanaugh assegurou que não vai permitir que as acusações e suspeitas o retirem deste processo, apelando para “um julgamento justo” e que tenha a oportunidade de ser ouvido, defender a sua integridade e limpar o seu nome. “O que eu sei é a verdade e a verdade é que eu nunca assediei ninguém”, garantiu
O juiz afirmou que não duvida que Christine Blasey, a primeira mulher que fez a denúncia, tenha sido assediada sexualmente em algum momento da sua vida, mas reiterou que não foi por ele.
“Não duvido, nem duvidei que, talvez em algum momento da sua vida, a doutora (Christine Blasey) Ford tenha sido sexualmente atacada por alguém, mas o que eu sei é que nunca agredi sexualmente ninguém”, assegurou Kavanaugh.
Acompanhado pela sua mulher Ashley, que esteve sempre ao seu lado durante a entrevista ao canal televisivo, o candidato para o Supremo Tribunal reforçou: “A verdade é que eu nunca tentei agredir sexualmente ninguém durante o secundário ou em qualquer outro lugar”. O magistrado assumiu ainda que era virgem durante o tempo em que frequentou a escola secundária.
Mesmo a mulher do juiz considera que as acusações ao seu marido “são difíceis de acreditar”. Ashley contou que conhece Brett Kavanaugh há 17 anos e, assegura, “ele é um homem decente, bom, generoso. Conheço o seu coração. Isto não tem nada a ver com o Brett”.
Christine Blasey Ford, psicóloga, comprometeu-se em testemunhar na quinta-feira numa audiência aberta, confirmaram os advogados em comunicado. O testemunho é tido como um momento chave no processo de confirmação do juiz para o Supremo Tribunal. A mulher acusou Kavanaugh de a agredir sexualmente numa festa, quando ambos andavam na escola secundária, nos princípios da década de 1980. Na acusação, a professora californiana conta que Brett Kavanaugh lhe tapou a boca enquanto tentava tirar-lhe as roupas numa festa nos anos 1980, quando ambos frequentavam a escola secundária.
No domingo, a revista The New Yorker noticiou que os democratas que integram o comité do Senado norte-americano estão a investigar uma nova acusação de assédio sexual feita por uma segunda mulher contra o juiz. O incidente reporta ao ano letivo de 1983-84, o primeiro de Brett Kavanaugh na Universidade de Yale. Deborah Ramirez, de 53 anos, disse à revista nova-iorquina que Kavanaugh apareceu num dormitório, embriagado, pressionou o pénis no seu rosto, o que a obrigou a tocá-lo sem o seu consentimento, quando o afastava.
Nova acusação de assédio sexual contra juiz nomeado para Supremo dos EUA
O Presidente norte-americano Donald Trump voltou a sair em defesa do candidato e considerou que as acusações de agressões sexuais dirigidas ao juiz Brett Kavanaugh são “totalmente políticas”.
The Democrats are working hard to destroy a wonderful man, and a man who has the potential to be one of our greatest Supreme Court Justices ever, with an array of False Accusations the likes of which have never been seen before!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 25, 2018
“É um homem perfeito com um passado irrepreensível”, “um homem notável”, declarou Trump numa referência ao magistrado conservador. “Tudo isso saiu subitamente, na minha opinião é totalmente político”, declarou o Presidente, lembrando que as acusações foram reveladas três décadas após os alegados factos.