O presidente dos EUA, Donald Trump, disse esta quinta-feira que acredita que o jornalista saudita Jamal Khashoggi — crítico do regime do seu país — está morto e acrescentou que, tendo em conta fontes de vários serviços de inteligência, a monarquia que lidera a Arábia Saudita estará envolvida. Trump não responsabilizou diretamente o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, mas disse que há fortes indícios que o assassinato do jornalista tenha sido encomendado ao mais alto nível. Isso, avisa Trump, abala as relações entre os dois países. “[A morte de Khashoggi] é uma coisa má e coisas más têm de ter consequências severas”, disse o presidente dos EUA, em declarações ao New York Times.
Trump disse mesmo que, “a não ser que aconteça o milagre de todos os milagres”, Khashoggi “está morto”. E garante ter como fonte informações de serviços de inteligência “vindas de todos os lados”. As declarações do presidente norte-americano ao New York Times ocorreram depois de Trump ter sido informado pelo seu secretário de Estado sobre o que se terá passado.
Mike Pompeo acabou de chegar de uma visita à Arábia Saudita. Segundo as autoridades de Istambul, Khashoggi terá sido brutalmente assassinado na embaixada saudita em Istambul, tendo o seu corpo sido desmembrado por uma equipa de agentes enviados pela Arábia Saudita. Ao telefone com Trump, o príncipe Mohammed bin Salman terá negado qualquer envolvimento do regime saudita.
Nas mesmas declarações ao New York Times, Donald Trump lembrou que os EUA têm tido boas relações com a Arábia Saudita: “Eles têm sido muito bons aliados e fizeram vários investimentos importantes neste país, o que agradeço”.
Menos de um ano antes do desaparecimento de Khashoggi, o jornalista saudita denunciava, em entrevista ao Observador, que o príncipe saudita queria tirá-lo do seu caminho.