A Presidência da República emitiu esta segunda-feira uma nota a desmentir o conteúdo da notícia avançada esta sexta-feira pelo programa “Sexta às 9″ da RTP, sobre o caso de Tancos.

Na nota publicada no site da Presidência, pode ler-se que o ” Presidente da República nunca recebeu o Diretor da Polícia Judiciária Militar ou qualquer elemento dessa instituição”, que durante a visita a Tancos a 4 de julho de 2017, “não teve qualquer reunião bilateral” com qualquer dos responsáveis presentes na visita.

No segundo ponto da nota emitida, a Presidência rejeita que ”algum membro da Casa Civil ou da Casa Militar” tenha falado ou escrito ao Presidente da República “sobre a operação da descoberta das armas de Tancos, antes de ela ter ocorrido. Nem tão pouco falou ou escreveu sobre a operação, depois de vinda a público, nomeadamente como sendo ou podendo vir a ser ilegal ou criminosa, incluindo quaisquer memorandos ou referências a reuniões com eles relacionados”.

Marcelo admite que pode não ter havido encobrimento em Tancos. E diz que é “do outro mundo” achar-se que sabia o que se passou

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A reportagem da RTP avançava na passada sexta-feira que a Casa Militar da Presidência da República manteve contactos regulares com o ex-Diretor da PJM, antes e depois da recuperação das armas. Essa troca de informações, ainda de acordo com a estação pública, envolveria até um estafeta que, regularmente, se deslocava às instalações da PJM para ir buscar documentação.

De acordo com a nota da Presidência, “não há qualquer documento relativo a operação de recuperação das armas de Tancos, antes ou depois de ter ocorrido, incluindo quaisquer memorandos ou referências a reuniões com eles relacionado” na Casa Civil ou na Casa Militar.

Belém diz ainda que “não existe registo de qualquer estafeta da Presidência da República a entregar ou receber documentação da ou na Polícia Judiciária Militar”.

Esta é já a segunda vez que Marcelo Rebelo de Sousa reage à reportagem da RTP, a primeira vez foi logo na sexta-feira, durante uma visita ao Funchal, onde alertou para os riscos de uma “nebulosa” criada em torno deste caso que dificultava a sua resolução. “Até parece, de vez em quando, que é de propósito”, disse o Presidente da República.