Só poderemos vê-lo ao vivo e a cores no Salão de Genebra, em Março, mas a Renault preferiu não esperar pelo certame suíço para desvendar a quinta geração do Clio, modelo que se pode gabar de ter comercializado 15 milhões de unidades desde a sua introdução, em 1990.

Com a missão de manter a liderança na Europa neste segmento, que é sua desde 2013, o utilitário francês apresenta-se com uma clara vontade de se atirar para cima. Não que cresça em medidas, mas porque garante ter muitos mais argumentos em termos de qualidade percebida e tecnologia. Já lá iremos..

O novo Clio mais parece um Mégane, de dimensões mais contidas. E isso é bom. Esteticamente, não há uma revolução de design, mas sim um claro seguimento das linhas que fazem a identidade da marca. A plataforma é a CMF-B, uma arquitectura modular preparada para receber motores híbridos e eléctricos, que vai ser partilhada com outros modelos da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.  Sobre motorizações não houve sequer uma palavra, embora seja já certo que o compacto francês vai ser um dos primeiros modelos (12) do construtor a enveredar pela electrificação.

Não aproveitando uma única peça da geração anterior, o novo Clio surpreende por… ser mais pequeno, o que é contra a tendência no segmento. Mas o que perde em comprimento (14 mm, passando a ter 4,048 m) compensa em largura (1,798 m, mais 67 mm do que na quarta geração). O hatchback é ainda mais baixo 30 mm (1,440 m de altura), o que deverá contribuir para melhorar a aerodinâmica. Destaque ainda paras as luzes em LED de série e jantes de 17 polegadas.

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Mas foi sobretudo no interior que a Renault mais investiu nesta nova geração do Clio, cujo habitáculo sobe de categoria em matéria de personalização, qualidade e tecnologia. Segundo a marca, o facto de ser mais curto não prejudica a habitabilidade do modelo, com a Renault a prometer precisamente o contrário, ou seja, mais espaço a bordo. É algo que teremos de esperar para confirmar, até porque não foi revelada a distância entre eixos. O espaço para acomodar bagagens, esse sim, cresceu em vez de ter sido penalizado, pois a mala reclama agora uma volumetria de 391 litros, mais 91 do que na geração precedente. Este valor coloca o Clio no topo, em clara vantagem se considerarmos o que ‘acrescenta’ face às maiores bagageiras da classe (Seat Ibiza e Suzuki Baleno com 355l, Volkswagen Polo com 351l). No habitáculo, há ainda mais 26 litros para arrumos.

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Olhando para as fotos que já aqui divulgámos, o que mais salta à vista é o tablet, na vertical, ao centro da consola. Mede 9,3 polegadas, o que faz dele o maior ecrã montado num Renault (até agora, 8,7″ Talisman e Espace). Mas se este display está ao serviço da conectividade e do infoentretenimento, o condutor conta ainda com um volante novo (mais pequeno) e um painel de instrumentos digital, de 7″ ou 10″, com esta última opção a integrar a navegação, o que significa que as indicações passam a ser aí exibidas.

Referência ainda para os bancos, que parecem ser mais ergonómicos, e para a solução (ao estilo Peugeot) de deslocar para uma fileira de botões os comandos que dá mais jeito accionar imediatamente, sem ter de acrescentar mais dedadas ao ecrã central… Prático e funcional. O travão de mão ‘desaparece’ e cede lugar a um botão (eléctrico), enquanto a alavanca da caixa de velocidades ficou mais curta, mas numa posição mais elevada – como acontece nos Mazda.

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Com a comercialização a arrancar no Verão, o novo Clio destaca-se ainda pela capacidade de ir ao encontro dos diferentes gostos dos clientes. Cores para a carroçaria há 11, algumas delas novas, enquanto no interior há oito linhas para personalizar o ambiente.

Para já, a marca apresentou o Clio com duas “roupagens” especiais, uma mais desportiva e outra mais luxuosa. Designam-se, respectivamente, R.S. Line e Initiale Paris.

Quanto a motorizações, vamos ter de aguardar por Genebra, sabendo-se já que a  versão híbrida não plug-in do Clio só chegará para o ano. Denomina-se Clio E-Tech e conjuga um bloco atmosdférico a gasolina de 1,6 litros com uma bateria de 1,2 kWh. Deverá debitar no conjunto 128 cv e percorrer (apenas) 5 km em modo exclusivamente eléctrico. Se acha pouco – e é – convém recordar que o Yaris híbrido não passa dos 2 km zero emissões (101 cv e bateria de 0,94 kWh).