Imagine que alguém lhe bate à porta, diz ser colaborador da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) e pede-lhe uma série de coisas: que lhe mostre a fatura de eletricidade ou de gás natural, os dados de identificação pessoal, como o número de contribuinte, ao mesmo tempo que lhe promete fazer baixar as suas faturas no final do mês. É certo que está a ser vítima de fraude, alerta o regulador.

Depois de ilustrar uma situação de fraude de angariação de clientes com este exemplo, o regulador, que esta sexta-feira emitiu um novo alerta para os consumidores sobre más práticas de comerciantes de energia, avisa: “A ERSE não vende energia, nem procura os consumidores em suas casas para ver os contadores ou as faturas recebidas. A ERSE é uma entidade pública e só comunica diretamente com consumidores que antes a tenham contactado.”

O primeiro conselho da ERSE é que não acredite em quem lhe bate à porta apresentando-se como colaborador do regulador. O segundo conselho é que exija sempre uma identificação. O terceiro é que não ceda quaisquer dados pessoais ou bancários neste tipo de situações, sem ter a certeza de quem é a pessoa que os está a pedir.

Este alerta, explica a ERSE no seu site, é destinada a informar os consumidores e a sugerir a melhor forma de procederem quando confrontados com situações deste género, inserindo-se no âmbito das suas competências de monitorização e supervisão dos mercados de energia.

Num setor onde é fundamental reforçar a literacia e salvaguardar os direitos dos consumidores, a ERSE considera que a prevenção é uma ferramenta crucial, atribuindo igual prioridade a ações de informação e formação de modo a potenciar a participação esclarecida dos clientes de eletricidade e gás natural”, lê-se no comunicado.

Segundo o Dinheiro Vivo, a Deco recebeu 523 reclamações sobre vendas agressivas de energia durante o ano passado. Já a ERSE tem em curso nove processos de contraordenação: quatro por mudança de comercializador sem autorização expressa do cliente; e cinco por práticas comerciais desleais praticadas na angariação de clientes

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR