O Movimento Greve Cirúrgica e a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) quer reforçar, esta segunda-feira, o impacto da paralisação destes profissionais de saúde, de forma a que a greve deixe de ter impacto apenas nos blocos operatórios e se alargue a outros setores. Esta decisão surge depois de terem sido divulgadas as conclusões do parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), pedido pelo Governo, eque considerou a greve ilícita.

Em declarações à TSF, Lúcia Leite, da ASPE, deixou o apelo a todos os enfermeiros. O objetivo, diz a sindicalista, é que “se perceba que os enfermeiros estão unidos à volta daquilo que são as suas reivindicações”.

Lúcia Leite acusa o Governo de tomar uma posição “de força, e de recorrer a formas jurídicas para inviabilizar a greve”, mas que “não vai demover os enfermeiros” da sua luta.

Já o Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses revelou entretanto à TSF que os enfermeiros vão avançar com uma queixa nos tribunais contra o parecer da PGR e contra o Governo junto da Organização Internacional do Trabalho e das Nações Unidas, por desrespeito do direito à greve.

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“Consideramos o parecer da PGR injustificado”, explicou o sindicalista Carlos Ramalho, sublinhando que não são conhecidas as razões do parecer, “nem o Governo o tornou público até à data”.

Carlos Ramalho declarou também que “estão a ser feitas pressões injustificadas e ilegais sobre os enfermeiros para desistirem de fazer greve”.

Na última sexta-feira, em conferência de imprensa, a ministra da Saúde anunciou as conclusões do parecer pedido à Procuradoria-Geral da República sobre a legalidade da greve dos enfermeiros. O parecer concluiu que a paralisação nos blocos operatórios “é ilícita”.

Um dia depois, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o parecer da PGR é “muito claro”, e que, por isso, as estruturas sindicais têm de cumprir a lei.