Só em 2018, a Polícia de Segurança Pública (PSP) apreendeu 8.979 armas, mais 200% em relação aos números de 2014 e uma média de 25 armas apreendidas por dia. No caso das munições, os números aumentaram 23%, de 71.121 para 87.839, chegando a níveis recorde, noticia o Diário de Notícias (DN). Os distritos onde se verificaram mais apreensões foram Lisboa, Braga, Setúbal e Leiria.
Dentro das armas apreendidas, são as armas de caça que ocupam o maior espaço (40%), seguindo-se as armas de calibres proibidos — as chamadas “armas de guerra” ou de uso exclusivo das forças de segurança e militares –, com 38%. Foram também apreendidas 935 armas de defesa pessoal, ocupando 10% do total das apreensões.
De acordo com a PSP, o aumento destes números está diretamente relacionado com a maior fiscalização, tendo em conta que em abril do ano passado, o diretor nacional, Luís Farinha, determinou a criação de 51 equipas de fiscalização de armas e explosivos em todo o país. “É evidente que a atividade destas equipas teria que se fazer notar”, referiu Pedro Moura, diretor do Departamento de Armas e Explosivos (DAE) da PSP em declarações ao DN.
Os dados revelam também que não foram só as armas apreendidas que bateram valores recorde, mas também o número de armas entregues voluntariamente em 2018: mais de 20 mil. Em 2014, eram apenas 4.884. Segundo Pedro Moura, há três motivos para este aumento: o facto de muita gente ter deixado de caçar e ter de manter a licença válida para deter as armas, “o que é dispendioso”; “os militares ou ex-militares, ou ainda os seus descendentes, que adquiriram ou manifestaram armas no pós-25 de abril, sobretudo em 1976, que nessa altura teriam cerca de 40 anos de idade e agora terão mais de 80, e que não querem ter as armas” e o facto de ser obrigatório pagar 24 euros por arma para trocar os livretes antigos em papel para os novos.
As ações de fiscalização também têm vindo a aumentar ao longo dos anos, passando de 4.645 em 2017 para 5.490 no ano passado. Em Portugal, a PSP estima que existem cerca de 1,5 milhões de armas nas mãos de civis e que estão ativas cerca de 220 mil licenças de porte de armas.