O Mobile World Congress (MWC), a maior feira de smartphones e tecnologia móvel do mundo, só começa oficialmente esta segunda-feira. Contudo, este domingo, um dia antes, acontecem algumas das principais conferências deste evento. Empresas como a Microsoft, a Huawei, a Xiaomi, a LG ou a Nokia escolheram este dia para apresentar as novidades com que querem destacar-se e onde não faltou uma coisa: telemóveis.

Foram apresentadas novidades como: um smartphone com cinco câmaras traseiras, o PureView9, no evento da Nokia; óculos que permitem ver hologramas e o futuro da realidade aumentada com a divulgação dos Hololens 2, num evento da Microsoft; e o Huawei Mate X, a concorrência direta ao Galaxy Fold, o smartphone dobrável da Samsung apresentado na semana passada, num evento da Huawei. Além destes anúncios, a Xiaomi e a LG juntaram-se ao mercado dos telemóveis 5G.

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Estas e outras novidades vão marcar os próximos dias, aqueles em que se vai conhecer o que vai marcar o futuro da indústria dos smartphones. Em 2018, os topos cortados do iPhone X eram a tendência. Este ano, e sem a Apple, que não participa neste evento, o resto das marcas parece querer inovar, como diz o The Verge. Além de telemóveis com ecrãs dobráveis, vamos poder ver novas formas de controlo dos smartphones por gestos sem tocar no ecrã, muitos wearables (tecnologia que se veste) e gadgets para todas as funções e feitios.

Nokia. Há quem tenha 5G e há quem tenha cinco câmaras traseiras

Os smartphones da Nokia apresentados este domingo. No centro está o 9 PureView, com 5 câmaras traseiras

Este ano, no evento pré-MWC que começou às 16h00 locais (15h00 de Lisboa), a Nokia apresentou quatro novos smartphones: o Nokia 1 Plus; o Nokia 3.2; o Nokia 4.2; e o Nokia 9 PureView. Todos têm novidades, mas foi o último que mais deu nas vistas. Porquê? Como já era esperado, a Nokia divulgou o primeiro smartphone com cinco câmaras traseiras HDR com ótica Zeiss.

Hoje utilizamos o nosso legado em inovação para dar um passo importante: liderar uma abordagem inovadora ao nível da imagem com o Nokia 9 PureView”, disse Juho Sarvikas, Diretor de Produto da HMD Global, empresa que é dona da marca Nokia.

“As cinco câmaras captam simultaneamente as imagens e fundem-nas numa foto de 12MP com alcance dinâmico e profundidade de campo impressionantes”, promete a empresa em comunicado. Além desta novidade para os fãs da fotografia, a quem não pode faltar nenhum pormenor, a Nokia adicionou também aos seus modelos 4.2 e  3.2 um botão dedicado Google Assistant, para a assistente digital da empresa.

Mais telemóveis dobráveis, 5G e hologramas. O que esperar do Mobile World Congress 2019

Estas novidades são mais tecnológicas do que em 2018, quando a reedição do banana phone dos anos de 1990 foi a estrela da Nokia no evento (além do Nokia 7 Plus, que cativou bastante na nossa análise). O 9 PureView ainda não tem data de lançamento anunciada, mas já foi avançado que vai ter um preço base de cerca de 700 euros.

Os hologramas já existem devido à realidade aumentada. E agora estão melhores

O vídeo de apresentação dos Hololens 2, da Microsoft

Desde que a Microsoft era dona da Nokia e tinha os Lumia que a empresa fundada por Bill Gates não era tão falada no MWC. Os Hololens 2 são a razão, o novo modelo dos óculos de realidade aumentada. Com um visor e câmaras nas lentes deste aparelho, os Hololens 2 mapeiam uma divisão e inserem objetos digitais. As funcionalidades são imensas tanto para o entretenimento, como para outras indústrias.

Em comparação com a primeira edição dos Hololens, estes novos óculos de realidade aumentada oferecem o dobro do campo de visão digital ao utilizador. O produto só vai estar disponível nos Estados Unidos da América, Japão, China, Alemanha, Canadá, Reino Unido, Irlanda, França, Austrália e Nova Zelândia, como revela o TechCrunch. O preço continua a ser elevado, à semelhança do antecessor: cerca de 3400 euros.

Apesar das funcionalidades de entretenimento, a Microsoft está a direcionar este produtos para o mundo empresarial e industrial. Imagine não precisar de ecrãs para escrever ou um construtor de automóveis saber onde tem de por a peça só olhado para o que está a montar. É isto que os hololens 2 permitem, disse a empresa.

Huawei e o seu smartphone dobrável Mate X de 2200 euros

[Veja aqui o evento completo da Huawei em Barcelona:]

https://www.youtube.com/watch?v=lbWAT_j1Y7c

O Huawei Mate X é a grande novidade que a empresa chinesa traz ao MWC. À semelhança da Royole e da Samsung, é um smartphone que tem um ecrã dobrável para, quando desdobrado, o utilizador ter mais espaço de ecrã. Tem oito polegadas quando desdobrado e, dobrado, o ecrã frontal fica com 6,6 polegadas e o traseiro com 6,38. O design chama-se Falcon e o equipamento vem já equipado com 5G, numa afronta direta à concorrência.

Huawei. Experimentámos o smartphone com ecrã dobrável que custa 2300 euros

O preço? Gerou, literalmente, risos na sala: 2300 euros. Com duas baterias de 4,5 mil miliampéres e a possibilidade para dois cartões SIM, este telemóvel dobrável mostra um novo mercado topo de gama para smartphones. O Mate X vai ter 8GB de memória RAM e 512GB de memória interna

A data de lançamento é “a meio do ano” e vai ser um dos primeiros equipamentos 5G a chegar ao mercado. Não há informação quanto à data de chegada a Portugal.

[Veja as imagens na fotogaleria da apresentação do Mate X dobrável]

10 fotos

Além deste produto, a Huawei lançou neste evento um novo portátil ultraleve, o Huawei Mate Book X Pro. Este computador é uma melhoria em relação ao modelo apresentado em 2018, no mesmo evento. Mais bateria, um processador Intel de 7ª geração e uma placa gráfica Nvidia GX250, tudo num formato super leve. Neste evento, o entusiasmo não se comparou ao visto em 2018 quando a Huawei mostrou um portátil com câmara frontal escondida, com a audiência bastante serena a assistir às novidades apresentadas por Richard Yu, presidente executivo na Huawei.

Há novas características, como a partilha rápida de ficheiros entre dispositivos Huawei, como um Mate 20 Pro com este novo computador, apenas com um toque no ecrã e sem fios. Chama-se Huawei Share, é semelhante ao Airdrop, da Apple, e permite uma maior simbiose entre o que está no ecrã de um telemóvel e o que está no ecrã do computador. Outras novidades nas funcionalidades são os multi-gestos no ecrã do computador que permite fazer cópias de imagem do ecrã apenas com o deslizar de três dedos. O sistema operativo do portátil é o Windows 10.

Além deste modelo, a Huawei apresentou também outro portátil, o Matebook 14, uma evolução do Matebook 13, com ecrã de 14 polegadas em vez de 13. Este modelo mantém a câmara retrátil frontal do teclado para maior privacidade.

Xiaomi e LG juntam-se à guerra do 5G

O Mi 9, o novo topo de gama da Xiaomi, tem até 12GB de memória RAM e 256GB de memória interna

A empresa chinesa Xiaomi, que tem apenas 8 anos, tem crescido exponencialmente. Prova disso é a presença que tem este ano no MWC onde anunciou o seu primeiro smartphone 5G, num evento que, este domingo, começou às 10h00 locais. O smartphone só sai em maio e, para o consumidor português, pode não ser muito importante (as redes 5G não vão começar tão cedo em Portugal). Contudo, o Mi Mix 3 5G, vai permitir velocidades ultra rápidas, como explicado pela empresa, de até 2GB de download por segundo quando ligado a uma destas redes. O preço? 599 euros, o que faz deste smartphone um dos mais baratos dos 5G (só a Samsung anunciou outro modelo na semana passada, ainda sem data de lançamento).

Outra das principais novidades do evento em Barcelona da Xiaomi foi o Mi 9, o novo topo de gama da empresa que tinha sido já divulgado na China. Com um preço inicial bem competitivo de 449 euros, estes smartphone vem equipado com uma tripla câmara de 48 megapíxeis e uma lente grande angular. O que significa? Teoricamente, consegue imagens com grande resolução e a câmara tem um maior ângulo de visão, algo que só os topos de gama de outras empresas fazem, e por mais 200 euros. Apesar de a aposta continuar a ser o preço baixo, este topo de gama da Xiaomi tem também um ecrã de 6,4 polegadas.

Noutro lançamento, a Xiaomi anunciou também as suas lâmpadas inteligentes MI LED com várias cores e uma Philips LED que, seguindo a tendência da empresa na aposta da internet das coisas [produtos conectáveis] a preços mais acessíveis: vão custar 20 e 10 euros, respetivamente (este tipo de lâmpadas custam, em média, 40 euros no mercado atual).

A LG quer ler a palma da mão do utilizador

No twitter, a LG mostrou como funcionam os gestos aéreos para controlar o G8

Além da Xiaomi, a empresa sul-coreana LG também quis fazer ouvir-se no pré-MWC este domingo. E ouviu-se durante algum tempo, com o anúncio do LG V50 ThinQ 5G. Sim, o nome é este, bem grande. Vai sair no verão e, para já, não vai estar disponível em Portugal. Além de permitir ligar-se às novas redes 5G, este smartphone vai ter um ecrã de 6,4 polegadas e um processador topo de gama Snapdragon 855.

A LG, além deste telemóvel, anunciou também o G8 ThinQ. Este telemóvel tem uma nova funcionalidade que, em vez de ter reconhecimento facial, lê a palma da mão do utilizador para desbloquear o smartphone. É através desta funcionalidade que o novo G8 tem nas câmaras frontais e traseiras reconhecimento de gestos para controlo de algumas apps. Ou seja, com um gesto sem tocar no smartphone é possível mudar a aplicação ou tirar uma fotografia com este telemóvel

O G8 ThinQ ainda não tem data de chegada a Portugal nem preço.

*O Observador está no Mobile World Congress a convite da Huawei Portugal