O democrata Adam Schiff ameaçou este domingo convocar o conselheiro especial Robert Mueller para prestar esclarecimentos no Capitólio ou levar a administração de Trump a tribunal, se necessário” caso o relatório sobre a investigação à interferência russa na candidatura de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos não seja tornado público.

Segundo o The Guardian, Adam Schiff, que preside à comissão dos serviços de informação, anunciou que vai acompanhar de perto o novo Procurador Geral, William Barr, para perceber se ele vai tentar “enterrar qualquer parte deste relatório”. E avisou que se Barr, que supervisiona a investigação, não revelar o que a investigação concluiu, deixará um “legado manchado”.

A posição de Schiff surge na sequência de os democratas deixarem claro que estão prontos para uma luta com o Departamento de Justiça caso não fiquem satisfeitos com a investigação feita ao caso. Há cerca de um mês Barr anunciou que ainda era preciso perceber quais as partes do relatório final, que resultou de uma investigação que conta já com dois anos, seriam públicas. Mas Schiff lembra que não ficará insatisfeito apenas com parte da informação do que se passou.

Na investigação, os procuradores tentaram perceber se o presidente russo, Vladimir Putin, conseguiu influenciar de alguma forma os resultados da eleições americanas de 2016, que deram a vitória a Donald Trump. Barr já negou no Senado a tese de Trump de que a investigação em causa seria “uma caça às bruxas” e que o trabalho de Robert Mueller era “de importância vital” para “o interesse de todos: o Presidente, o Congresso e, mais importante, o povo americano”.

Estas declarações contrariam afirmações de Donald Trump que, repetidamente, tem acusado Robert Mueller de conduzir uma investigação “inútil”, tendo esta semana voltado a dizer que nunca trabalhou para o governo russo e que “nunca teve conhecimento de nenhum processo de conluio” entre a sua equipa de campanha presidencial e a Rússia.

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