O Presidente do Partido Socialista não se poupou a críticas numa entrevista à TSF. Tudo na altura em que o Vaticano tenta acabar com os abusos sexuais na Igreja Católica. Carlos César diz que “a igreja portuguesa se tem mantido em silêncio no que toca a abusos sexuais e pedofilia”, mas é hora de “meter a mão na consciência”. Aliás, o deputado diz mesmo que “em Portugal parece que não se passaou nada”.

Abusos sexuais. Igreja portuguesa escondeu pelo menos três casos nos últimos 15 anos

Este mês, a Conferência Episcopal Portuguesa disse que os casos eram Portugal eram reduzidos, “cerca de uma dezena”, registados desde 2001. O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, Manuel Barbosa, afirmou que “os casos tratados nos tribunais eclesiásticos onde chegam as denúncias são pouquíssimos e, desses, mais de metade da investigação prévia parou por falta de fundamento”.

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Muitas promessas, poucas medidas concretas. O que fica da cimeira histórica sobre os abusos sexuais na Igreja

Carlos César põe em causa a “legitimidade” dos bispos para “condenar as condutas do poder político e económico”, uma vez que muitos deles são responsáveis por “corrupção moral” e por “abusos”. O líder dos socialistas acrescenta ainda que a cimeira que dura até domingo, e reúne os presidentes de todas as conferências Episcopais, é “histórica”. Esta cimeira foca-se, precisamente, na questão do abuso de menores por parte de membros da Igreja. Carlos César reconhece o lado negativo da cimeira “porque corresponde a um historial de vergonha, escândalos e abusos continuados”. Mas também reconhece o lado positivo, “por ter reunido pela primeira vez no Vaticano quase 200 líderes religiosos para discutir esse tema e acabar com o tabu” e porque “obriga a que silêncios como aquele que perdura na Igreja portuguesa sejam mais difíceis de manter”. 

Durante o último mês, o Observador tem investigado meticulosamente o escândalo dos abusos sexuais na igreja. Houve vítimas, pelo menos, no Funchal, na Golegã, em Vila Real, e no Fundão.