A bolsa nova-iorquina encerrou esta segunda-feira sem rumo, com os investidores desestabilizados pela perda de ritmo de crescimento da economia internacional, o que também se está a estender ao mercado obrigacionista.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average progrediu 0,06%, para os 25.516,83 pontos. Ao contrário, o tecnológico Nasdaq recuou 0,07%, para as 7.637,54 unidades, e o alargado S&P500 perdeu 0,08%, para as 2.798,36. “Trata-se sobretudo de receios sobre a economia”, afirmou Peter Cardillo, da Spartan Capital, para justificar a instabilidade de hoje.

Depois de uma semana que terminou de forma particularmente difícil, marcada por indicadores económicos europeus considerados dececionantes pelos investidores, a disposição em Wall Street manteve-se débil, dada a ausência de notícias relevantes. Este estado de espírito amorfo foi particularmente observado no mercado obrigacionista norte-americano.

A diferença entre o nível da taxa de juro paga pela dívida pública a três meses e a dez anos permaneceu favorável à primeira, um fenómeno designado no calão financeiro como “inversão da curva das taxas”. A taxa de juro a três meses superou a relativa à dívida a dez anos na sexta-feira, o que aconteceu pela primeira vez desde 2007, antes da última crise financeira.

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Esta situação é vista de perto porque a passagem da taxa de juro a curto prazo para valor superior ao da taxa a longo prazo tem precedido em alguns meses quase todas as recessões da economia dos EUA nos últimos 50 anos. “A curva das taxas fez disparar o alerta no espírito dos investidores. Não necessariamente o de uma recessão iminente, mas, pelo menos, de um crescimento moroso”, disse Cardillo.

Facto saliente de hoje, a taxa de juro da dívida pública norte-americana a dez anos, considerada um reflexo das perspetivas de crescimento da economia dos EUA, caiu mesmo abaixo do limiar dos 2,40% pela primeira vez desde dezembro de 2017.

Segundo um estudo divulgado hoje, os economistas norte-americanos reduziram drasticamente as suas previsões de crescimento em 2019 para os EUA, dado o contexto internacional de arrefecimento da economia e da persistência de fortes tensões comerciais.