Perante as acusações de alegados abusos sexuais de Michael Jackson a duas crianças, que se tornaram públicas através do documentário “Leaving Neverland”, o cantor britânico Paul McCartney diz que desconhecia o lado negro do cantor. Em entrevista a uma rádio chilena, na quarta-feira passada, a lenda dos Beattles admite que agora é difícil lembrar-se das boas memórias que tem com Michael Jackson.

Eu não conhecia o lado negro dele. Agora é difícil pensar nas boas memórias que guardo dele sem pensar ‘Oh Deus, havia outras coisas a acontecer'”, disse o músico britânico Paul McCartney à Radio Futuro.

Apesar de ter trabalhado com Michael Jackson na década de 80 — nomeadamente nas canções “The Girl is Mine”, “Say Say Say'” e “The Man”  —, o músico disse que não conhecia a vida secreta do rei do pop e compreende quem não quer ouvir mais a música de Michael Jackson. “É triste. Obviamente, o Michael era um grande cantor, um grande artista e um grande bailarino”, defende, “durante anos, adorámos isso. Ninguém conhecia o outro lado que é mostrado nesse documentário. Torna-se difícil e eu entendo por que razão as pessoas dizem que já não querem ouvir a música dele. Quando o conheci, ele era um tipo muito simpático”, reitera.

Durante a entrevista, que durou cerca de 15 minutos, Paul McCartney recordou ainda algumas memórias que tinha com o cantor pop e desvalorizou as críticas. “Para mim, é OK ficar com as memórias pessoais que tenho dele. O outro lado é o outro lado. Não o conheço”. Ainda assim, percebe porque é que as “pessoas estejam muito desapontadas com ele”.

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No domingo, o jornal espanhol El País publicou uma entrevista com Dan Reed, realizador do documentário “Leaving Neverland”, no qual o realizador refere que não entende o que move os apologistas de Michael Jakcson a continuarem a defender o cantor, mesmo depois de todas as provas apresentadas.

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