Esta segunda-feira pode ter sido o dia das mentiras, mas Mark Zuckerberg escolheu a data para mostrar como quer conter o fenómeno das notícias falsas. O fundador e líder do Facebook afirmou que está a considerar contratar editores e pagar a empresas de comunicação social (publishers) para escolherem “notícias de grande qualidade” para serem publicadas numa nova secção só para notícias na rede social.

[A entrevista completa que Mark Zuckerberg fez a Mathias Döpfner foi publicada pelo presidente executivo na rede social:]

https://www.facebook.com/zuck/videos/10107028374517921/

A divulgação destas novas medidas foi feita durante uma entrevista que Zuckerberg que fez a Mathias Döpfner, jornalista e presidente executivo da Axel Springer SE, a maior empresa de jornais da Europa, em Berlim. Durante a conversa, que fez parte da resolução para 2019 do fundador do Facebook de organizar discussões públicas sobre tecnologia e sociedade, o responsável afirmou que o objetivo é “promover conteúdos” feitos por outras organizações noticiosas.

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Resolução para 2019 de Mark Zuckerberg? Organizar discussões públicas sobre tecnologia e sociedade

Mesmo sem a nova diretiva de direitos de autor ainda estar completamente aprovada, com o artigo 15 (artigo 11) que pode vir a forçar o Facebook a pagar a publishers para partilhar notícias na União Europeia, a rede social está a ponderar criar um sistema em que compra conteúdos noticiosos em todo o mundo. Mathias Döpfner tem sido crítico do Facebook por a rede social não pagar a empresas de comunicação pelos conteúdos.

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Este fim de semana, depois de se saber que o Facebook apagou “sem querer” partilhas antigas de Mark Zuckerberg, a empresa anunciou novas medidas para tornar a plataforma mais transparente. O responsável explicou como funciona o algoritmo num post publicado na rede social e publicou um texto no Washington Post a pedir mais regulação.

Em 2018, num ano em que o Facebook foi acusado de propagar fake news [notícias falsas] e de não ter atuado nestas situações, a rede social tem feito esforços para mitigar este fenómeno, como mudar o algoritmo para que os utilizadores vejam mais conteúdos de amigos e criar centros de controlos para, durante as eleições, conter a partilha de notícias falsas. A rede social tem tentado dar a volta à perda de confiança que teve.