A UNESCO associou-se às comemorações do centenário do nascimento de Amália Rodrigues, reconhecendo-a como fadista, compositora e atriz, a dando uma “dimensão mais ampla” à cantora portuguesa, com a inscrição da data no seu calendário.
O apoio ao centenário da fadista foi dado na semana passada, com a aprovação pelo Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), da inscrição da comemoração do centenário do nascimento de Amália, no calendário de aniversários que a organização vai apoiar entre 2020 e 2021.
“A UNESCO não dá apoio financeiro, não é isso que estamos à procura. O que estamos à procura é de um reconhecimento que a UNESCO dá através da sua reputação e da possibilidade de conseguir que estas comemorações tenham uma dimensão mais ampla”, disse António Sampaio da Nóvoa, embaixador de Portugal na UNESCO, em declarações à agência Lusa.
A proposta recebeu o apoio inicial de vários Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa, mas também de Espanha e França, e a aprovação foi unânime.
Não só o perfil internacional de Amália foi importante para esta aprovação, mas também o facto de o fado ter sido reconhecido em 2011 como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, como relatou o embaixador português.
No início de abril, os ministérios da Cultura e das Finanças do Governo português criaram um grupo de trabalho para preparar as comemorações do centenário do nascimento da fadista Amália Rodrigues, presidido pelo musicólogo Rui Vieira Nery, que acontecerão ao longo do ano de 2020.
Este grupo tem por objetivo “elaborar uma proposta de programa oficial das comemorações, de dimensão nacional e internacional, acompanhada de plano de atividades, cronograma e orçamento, para apresentar ao membro do Governo responsável pela área da Cultura, até 6 de outubro de 2019”.
Sampaio da Nóvoa quer também que haja uma manifestação deste centenário na UNESCO. “Eu gostaria que acontecesse [uma manifestação do centenário de Amália Rodrigues na UNESCO] e é evidente que desde que isto foi decidido já estamos a imaginar alguma iniciativa que possamos fazer na UNESCO no próximo ano”, indicou o embaixador.
Amália da Piedade Rebordão Rodrigues nasceu em Lisboa, no dia 23 de julho de 1920, e morreu em 6 de outubro de 1999, estando sepultada no Panteão Nacional desde 8 de julho de 2001.