Pelo menos uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas depois de um homem ter disparado uma arma de fogo numa sinagoga no estado da Califórnia, indica a MSNBC. A polícia deteve entretanto um suspeito. O incidente aconteceu na sinagoga de Chabad of Poway, avança o The New York Times. O Huffington Post indica que três das pessoas que terão ficado feridas no tiroteio foram hospitalizadas no centro médico de Palomar.

Segundo a CBS, que cita uma fonte policial, o atirador terá entrado na sinagoga com uma arma semi-automática e começado de imediato a disparar, causando “muitos feridos”, antes de fugir de carro. Um polícia fora de serviço, que estava no interior da Sinagoga, terá disparado contra o carro do atirador em fuga. O próprio atirador terá telefonado à polícia para dar nota do atentado, sendo detido pela polícia pouco depois, ainda perto do local do tiroteio. Com base nas declarações de testemunhas, as autoridades estão confiantes de que têm detido o único atirador ativo.

Um homem adulto, uma rapariga de 11 anos e o rabino da sinagoga serão os feridos hospitalizados, tendo uma mulher idosa morrido já no hospital. O presidente da câmara de Poway, Steve Vaus, acredita que o atacaou se tratou de “um crime de ódio”, cujo impacto conseguiu ser diminuído apenas por “a congregação ter ativamente combatido o atirador”. “Isto só vai tornar a comunidade mais unida”, afirmou à MSNBC o presidente da câmara.

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A conta oficial da polícia pediu que se “respeitasse a privacidade das vítimas” e que a população se mantivesse afastada do local do tiroteio, pois a investigação ainda levaria “várias horas”. Os familiares das vítimas e os presentes na sinagoga vão ser reunidos num centro de assistência à família na escola secundária de Poway, onde será disponibilizado apoio psicológico e informação.

O espaço em volta da Sinagoga vai permanecer isolado durante todo o dia, sendo fechadas ao trânsito duas estradas envolventes até à manhã deste domingo. A KFMB indica que os centros religiosos próximos foram evacuados e encerrados temporariamente, sendo o policiamento reforçado na zona.

A sinagoga estava a celebrar Páscoa judaica, numa cerimónia que se iniciou pelas 11 da manhã (hora local) e que se deveria estender até ao final do dia. O atirador interrompeu as festividades pouco depois do seu início. A sinagoga de Chabad of Poway foi fundada em 1986, interpretando a Torah à luz de um “contexto moderno e relevante”.

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O condado de Poway tem uma das taxas de criminalidade mais baixas da Califórnia. Cerca de 48 mil pessoas moram na zona, numa comunidade maioritariamente de classe média-alta e que se classifica como “A Cidade no Campo”, no site da câmara municipal.

Atirador publicou manifesto antes do ataque

A polícia local confirmou que o atirador, um jovem caucasiano de 19 anos natural de San Diego, tinha publicado antes do ataque um carta aberta online. O Observador teve acesso ao manifesto, que apela repetidamente aos ataques violentos contra judeus, utiliza profusamente discurso de ódio e justifica o tiroteio com noções antissemitas.

O tiroteio dá-se exatamente seis meses após o ataque à sinagoga Tree of Life Congregation, em Pittsbugh, a que o atacante se refere no manifesto. Nesse caso, um único atirador, que se declarou inocente em julgamento, matou 11 pessoas e feriu quatro agentes da polícia. O atacante de Pittsburgh publicou também um manifesto antes do ataque.

O atirador, que estaria a planear o ataque há cerca de um mês, alinha-se com a extrema direita e afirma ser anti-conservador (por o Partido Republicano ser excessivamente liberal) e anti-Donald Trump (por o presidente norte-americano apoiar o estado de Israel) e diz odiar qualquer pessoa que ameace ou negue a supremacia dos caucasianos de descendência europeia — com que este se identifica.

A unidade de homicídios da polícia local e o FBI estão a interrogar o atacante, que se entregou sem resistência depois de ser cercado pela polícia, apesar de estar a transportar a arma com que atacara a sinagoga momentos antes.

Políticos do Partido Democrata pedem ação legislativa

Uma das mais populares jovens figuras do Partido Democrata, Alexandria Ocasio-Cortez, afirmou a “responsabilidade de amar e proteger os nossos vizinho”, como justificação para que o Senado vote favoralmente a proposta H.R.8, uma iniciativa para estabelecer testes de cadastro universais na compra de uma arma de fogos nos Estados Unidos da América.

O candidato presidencial Bernie Sanders afirmou ainda a obrigação de “tomar ações séries para proteger os americanos da violência com armas de fogo”.

A também candidata presidencial Kamala Harris sublinhou a “realidade do antissemitismo” nos EUA.

Republicanos condenam ataque antisemita

O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, elogiou a ação rápida da polícia norte-americana e deixou “pensamentos e preces para todos os afetados”. Ao Huffington Post, Trump admitiu também que o ataque parecia “ser um crime de ódio”.

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, foi mais veemente: “Condenamos nos termos mais fortes possíveis o ataque malévolo e cobarde em Chabad of Poway [….] O antissemitismo não está só errado, é malévolo“.

O líder dos republicanos no Congresso, Kevin McCarthy, sublinhou que “o antissemitismo e o ódio não têm qualquer lugar na América”, e que espera “justiça rápida para as vítimas e as suas famílias”.