Uma enfermeira britânica tornou-se a mais rápida do mundo a terminar uma maratona com o uniforme que usa no trabalho, mas não recebeu o Prémio Guinness por não ter usado a farda branca com saia tradicionalmente associada à profissão. Logo após a decisão, os responsáveis pelo prémio foram inundados de críticas e reclamações e acabaram por reavaliar os critérios de atribuição que consideraram desatualizados. Esta terça-feira a própria enfermeira acabaria por anunciar na rede social Instagram que afinal iria receber o prémio.

Foi também através da redes sociais que a atleta, depois de concluir uma maratona em três horas, oito minutos e 22 segundos, divulgou porque não iria receber o prémio: porque não usara “um vestido branco ou azul, um avental e chapéu branco”, mas sim calças e camisola azuis, tal como usa todos os dias no Royal London Hospital.

A vice-presidente da organização reconheceu  ao The Guardian que os critérios de avaliação para o prémio da maratonista mais rápido a usar um uniforme de enfermeira estavam “desatualizados e refletiam um estereótipo que não queriam perpetuar”, disse Samantha Fay.

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Thank you @guinnessworldrecords ! I’m delighted with your decision to review the criteria for this record. For me the issue went beyond achieving a world record. I made a conscious decision to wear my uniform for the race, knowing that the record attempt wouldn’t be counted. While nursing uniforms vary, one thing they have in common is that they are designed for professional women AND men who care for people in all sorts of ways across the world. I would have been doing a disservice to my profession if I had worn a fancy dress costume. Thank you to all of my wonderful colleagues, friends, and family for your support. Not to mention the hundreds of nurses and people across the world who have got behind me. It means a lot. Thank you @daddydarkrdc and all of @run.dem.crew for years of great running and friendship. Lastly thank you to @benhobson and @runnersworlduk for making this a thing! P.s. the Just Giving link is still live ? #whatnurseswear

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Na publicação em que agradece à Guinness, Jessica Anderson lembra que a prova foi mais do que atingir um recorde mundial. E que ao vestir o uniforme que usa habitualmente no trabalho representou todos os homens e mulheres que tratam das pessoas das mais diversas formas em todo o mundo. Mais. Que estaria a fazer um mau serviço à sua profissão caso tivesse vestido uma farda tipo vestido.

Enfermeira não pode ganhar prémio Guinness porque correu maratona de calças, não de saia

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