A empresa fundada pelo croata Mate Rimac em 2009 já produziu superdesportivos como o Concept_One e o C_Two. Se o primeiro (2016), de que foram apenas fabricadas oito unidades, tinha 1.305 cv, uma bateria de 92 kWh e era capaz de alcançar 355 km/h e os 100 km/h ao fim de apenas 2,6 segundos, o seu sucessor elevou consideravelmente a fasquia. Com o C_Two, a potência disparou para 1.940 cv e a capacidade da bateria para 120 kWh, enquanto a velocidade máxima atinge agora 415 km/h e os 0-100 km/h ficam para trás ao fim de 1,97 segundos,. Tudo isto com uma autonomia de 600 km, sendo que a produção do superdesportivo está prevista para 2020.

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Com este cartão-de-visita, é mais do que natural que a Rimac surja como um dos especialistas em veículos eléctricos mais cobiçados, com construtores reputados a pagar o que for necessário para aceder ao know-how croata. Daí que a Porsche tenha adquirido 10% da Rimac, com Mate a deixar bem claro que nunca abriria mão do controlo da sua empresa, sensivelmente na mesma altura em que os chineses do Camel Group, fabricantes de baterias, pagavam para ter do seu lado 19% da empresa.

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Se a Porsche está a comprar tecnologia para melhorar o seu Taycan, bem como conceber futuros modelos eléctricos, ainda mais possantes, a Camel está interessada especialmente nas baterias, uma vez que os chineses ainda estão muito concentrados nos acumuladores de chumbo e ácido, dando os primeiros passos nas baterias de iões de lítio. E este é um dos sectores em que a Rimac está particularmente avançada, pois já tem baterias com células cilíndricas (as 2170 similares às da Tesla), capazes de serem recarregadas a 250 kW.

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A novidade é agora o acordo que a Hyundai e a Kia assinaram com a Rimac. Não há aquisição nem troca de participações, mas sim um investimento de 80 milhões de euros no fabricante croata, para criar uma parceria que agilize o desenvolvimento de dois novos desportivos eléctricos, para ambos os construtores deste grupo sul-coreano.

A Rimac domina de forma impressionante tecnologias que são fundamentais aos desportivos eléctricos, pelo que são um fornecedor de excelência para o desenvolvimento dos nossos veículos”, declarou o porta-voz do grupo.

Enquanto a Porsche não produziu, até ao momento, qualquer veículo eléctrico, Hyundai e Kia já possuem alguma experiência nesta área, pois tanto o Kauai EV como o e-Niro são reconhecidos como das propostas mais interessantes do seu segmento, em termos de consumo e autonomia, sendo apenas de lamentar que a produção seja tão reduzida. Sem esquecer que Hyundai e Kia contam ainda com o Ioniq e o Soul EV, respectivamente. Porém, para os desportivos que vêm aí, impõe-se o acesso a outra tecnologia, e é exactamente aí que entra a Rimac.

Pelo seu lado, Mate Rimac deu-se como “satisfeito pela colaboração proposta pela Hyundai/Kia, decididos a entrar para o pelotão da frente da mobilidade eléctrica”. De recordar que o sonho do croata sempre foi fazer da Rimac um fornecedor de excelência da indústria automóvel.