A Guarda Nacional Republicana (GNR) já identificou os dois militares que filmaram o momento em que obrigaram uma prostituta a fazer continência militar, depois de o Correio da Manhã ter avançado a notícia esta quarta-feira. Como consequência, explica a GNR em comunicado, os militares foram alvo de processos disciplinares e vão apenas desempenhar “funções que não implicam o contacto com o cidadão, uma vez que a sua presença na área onde os factos serão investigados é considerada incompatível com o decoro, a disciplina e a boa ordem do serviço”.

Os dois homens dirigem-se à mulher com o megafone incorporado no carro de patrulha, e gritaram: “Continência!”. Quando ela obedeceu, os militares perguntaram: “Como está a correr o trabalho?”, ao que ela responde: “Tudo normal”. O vídeo de 40 segundos estará a circular nas redes sociais, afirma o Correio da Manhã, e não revela o local nem a data em que foi filmado. Termina com os militares a abandonarem o local entre gargalhadas.

Os dois militares em questão, adianta ainda a nota enviada pela GNR, integram o efetivo do Destacamento Territorial de Loulé, subunidade do Comando Territorial de Faro, tendo agora sido transferidos para o Comando da Unidade de Faro para desempenhar as novas funções. Já foram, entretanto, instaurados processos disciplinares contra os dois.

“Vem o Comando da Guarda informar que não se revê, nem tolera a adoção deste tipo de conduta, a qual é contrária aos padrões de atuação dos seus militares e aos princípios fundamentais que norteiam a sua qualidade de agentes de força pública e órgãos de polícia criminal”, referiu a GNR num primeiro comunicado, quando ainda não tinham identificado os autores do vídeo em questão.

Tal comportamento cívico desvia-se de uma atuação que se exige, em todas as circunstâncias, íntegra e profissionalmente competente, razão pela qual a Guarda, desde que teve conhecimento deste episódio, vem desencadeando um conjunto de diligências tendentes à localização espacial e temporal da ocorrência, bem como à identificação dos possíveis autores, para apuramento das responsabilidades”, acrescentou ainda a primeira nota enviada pela GNR.

A GNR afirmou ainda num primeiro comunicado que “continuará a pugnar pela erradicação deste tipo de atos, embora consciente de que se trata de um caso isolado e, por isso, não representativo dos cerca de 23 000 mulheres e homens que, diariamente, fazem da GNR uma Instituição prestigiada, de referência e em quem os Portugueses continuam a confiar”. A identidade da mulher abordada por eles permanece desconhecida.

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