O Belcanto, do chef José Avillez, acaba de entrar no top 50 da lista do The World’s 50 Best Restaurants, ocupando a 42º posição, 33 números acima daquele que ocupava na listagem do ano passado, onde se ficou pelo 75.º lugar (apesar de referir-se à melhor meia centena de restaurantes no mundo, esta lista estende-se no total a 120 espaços espalhados por todo o mundo).
“É um momento muito importante para o Belcanto, para a equipa, para todo o grupo, para Portugal e para a gastronomia portuguesa. Estamos muito felizes, é um marco histórico! Continuamos a trabalhar para fazer o que é realmente importante: dar prazer a quem se senta às nossas mesas . Obviamente que estas distinções são para se celebrar, também. Uma celebração em equipa porque são eles que fazem isto acontecer.” — foi isto que o chef português disse ao Observador pouco tempo depois de ter sido distinguido.
Foi no Sands Theatre, sala do luxuoso hotel Marina Bay Sands, em Singapura, que esta terça-feira foi anunciada a nova classificação dos melhores restaurantes do mundo, listagem renovada anualmente e que, desta vez, consagrou o Mirazur (Menton) como o novo primeiro primeiro lugar, seguido do Noma 2.0 (Copenhaga), em segundo, e o Asador Etxebarri (País Basco, Espanha), a fechar o pódio. No ano passado o grande vencedor foi Massimo Bottura e a sua Osteria Francescana (Modena), seguindo-se o espaço dos irmãos Roca, o El Celler de Can Roca (Girona) e o mesmo Mirazur (Menton), de Mauro Colagreco.
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O primeiro restaurante português a entrar nesta lista foi o igualmente bi-estrelado Vila Joya, em Albufeira, que no ano de 2012 conquistou a 45.ª posição. O espaço que até hoje continua aos comandos do austríaco Dieter Koschina manteve-se na listagem no ano seguinte, subindo, inclusive, algumas posições — ocupava o 37.º lugar em 2013. O ritmo de crescimento manteve-se e um ano depois, em 2014, o Vila Joya foi o 22.º melhor restaurante do mundo.
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Foi no ano de 2015 que, pela primeira (e única, por enquanto) vez, coexistiram dois espaços portugueses na listagem do 50 Best: o Belcanto, que se estreou na listagem ocupando o lugar 91, e o Vila Joya, que caiu na classificação de forma acentuada, de tal forma que ficou atrás do restaurante lisboeta, ocupando o lugar número 98. Desde então o espaço do chef Koschina nunca mais voltou à listagem mas o Belcanto manteve-se, ocupando mais tarde, em 2016, a 78.ª posição, lugar que em 2017 trocou pelo 85.º. O ano de 2018 foi o da recuperação e a casa do chef Avillez ficou em 75.º.
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O Belcanto foi totalmente remodelado há poucos meses, mudando-se para a porta ao lado da morada original, no Largo de São Carlos, no Chiado. Também a listagem do The World’s 50 Best Restaurants foi remodelada este ano, passando a ter uma proporção igual de votantes do sexo masculino e feminino (no total são 1040, espalhados por todo o mundo), por exemplo, mas também instaurando a categoria “Best of the Best”, uma espécie de patamar superior, composto por todos os espaços que já conquistaram a primeira posição do ilustre ranking — e que a partir de agora, por entrarem nesta categoria, não voltarão a poder ficar no número um da lista. Esta medida foi implementada para evitar que sejam sempre os mesmos a conquistarem os primeiros lugares.
José Avillez e os negócios. A história de uma carreira com mais sucessos que derrotas
A lista completa de vencedores de 2019
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1. Mirazur (Menton, França)
2. Noma (Copenhaga, Dinamarca)
3. Asador Etxebarri (Atxondo, Espanha)
4. Gaggan (Banguecoque, Tailândia)
5. Geranium (Copenhaga, Dinamarca)
6. Central (Lima, Peru)
7. Mugaritz (San Sebastian, Espanha)
8. Arpège (Paris, França)
9. Disfrutar (Barcelona, Espanha)
10. Maido (Lima, Peru)
11. Den (Tóquio, Japão)
12. Pujol (Cidade do México, México)
13. White Rabbit (Moscovo, Rússia)
14. Azurmendi (Larrabetzu, Espanha)
15. Septime (Paris, França)
16. Alain Ducasse au Plaza Athénée (Paris, França)
17. Steirereck (Viena, Áustria)
18. Odette (Singapura)
19. Twins Garden (Moscovo, Rússia)
20. Tickets (Barcelona, Espanha)
21. Frantzén (Estocolmo, Suécia)
22. Narisawa (Tóquio, Japão)
23. Cosme (Nova Iorque, EUA)
24. Quintonil (Cidade do México, México)
25. Alléno Paris au Pavillon Ledoyen (Paris, França)
26. Boragó (Santiago, Chile)
27. The Clove Club (Londres, Reino Unido)
28. Blue Hill at Stone Barns (Pocantico Hills, EUA)
29. Piazza Duomo (Alba, Itália)
30. Elkano (Getaria, Espanha)
31. Le Calandre (Rubano, Itália)
32. Nerua (Bilbao, Espanha)
33. Lyle’s (Londres, Reino Unido)
34. Don Julio (Buenos Aires, Argentina)
35. Atelier Crenn (São Francisco, EUA)
36. Le Bernardin (Nova Iorque, EUA)
37. Alinea (Chicago, EUA)
38. Hiša Franko (Kobarid, Eslovénia)
39. A Casa do Porco (São Paulo, Brasil)
40. Restaurant Tim Raue (Berlim, Alemanha)
41. The Chairman (Hong Kong)
42. Belcanto (Lisboa, Portugal)
43. Hof Van Cleve (Kruishoutem, Bélgica)
44. Test Kitchen (Cidade do Cabo, África do Sul)
45. Sühring (Banguecoque, Tailândia)
46. De Librije (Zwolle, Holanda)
47. Benu (São Francisco, USA)
48. Ultraviolet by Paul Pairet (Xangai, China)
49. Leo (Bogotá, Colômbia)
50. Schloss Schauenstein (Fürstenau, Suíça)
Melhor Chef Pasteleiro: Jessica Préalpato (Alain Ducasse au Plaza Athénée, Paris)
Melhor Chef Mulher: Daniela Soto-Innes (Cosme, Nova Iorque)
Prémio Ícone: José Andrés (ThinkFoodGroup, Washington D.C.)
Promessa: Lido 84 (Gardone Riviera, Itália)