A militante e antiga eurodeputada socialista Ana Gomes respondeu esta sexta-feira a Carlos César, presidente do seu partido que se havia distanciado das declarações polémicas que Ana Gomes proferira a propósito da transferência de João Félix, não as vinculando ao PS. Através da sua conta oficial na rede social Twitter, a socialista escreveu: “Agradeço ao presidente Carlos César o afã de esclarecer o óbvio: não represento o PS e o que digo e escrevo só me vincula. Sendo socialista, e não apparatchick, não abdico de usar à minha cabeça... Já César, usa o que pode face a Vieira: a César, o que é de César. E viva o Partido Socialista”.

Confirmando assim que não pretende falar como porta-voz do Partido Socialista mas sim por si mesma, a antiga eurodeputada que este ano terminou mandato (não renovado) no Parlamento Europeu usou assim o termo que caracterizava os profissionais zelosos do aparelho comunista soviético, e que respondiam a ordens superiores, para lembrar que pensa pela sua cabeça e é independente apesar da militância política. Já a expressão “usa o que pode face a Vieira” parece sugerir algum condicionamento das posições oficiais do PS face ao presidente dos encarnados, Luís Filipe Vieira.

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Depois da transferência (recorde em Portugal) de 120 milhões de euros do futebolista João Félix para o Atlético Madrid, a antiga eurodeputada socialista Ana Gomes lançou uma pergunta polémica: “Não será negócio de lavandaria?”

Incomodado com a questão, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, enviou uma carta ao presidente do Partido Socialista, Carlos César, solicitando-lhe que esclarecesse “se as declarações proferidas por Ana Gomes refletem a opinião do partido ou se, ao invés, tais declarações não merecem senão rejeição e repúdio” por parte do PS. César respondeu-lhe distanciando a posição do partido da posição de Ana Gomes: “As opiniões da dr.ª Ana Gomes refletem apenas uma posição própria e pessoal que, tal como em muitos outros casos, não vincula o PS”, escreveu.

PS responde ao Benfica para dizer que declarações de Ana Gomes “não vinculam” o partido