A abóbada debaixo da qual foram enterrados os destroços da Central Nuclear de Chernobyl após o acidente de 1986 está a desfazer-se e corre o risco de colapsar, escreve o Business Insider citando um comunicado de imprensa publicado pela empresa gestora do edifício. Dois meses após o desastre nuclear, as autoridades soviéticas construíram um “sarcófago” que engolia o material radioativo da central nuclear e impedia as substâncias de continuarem a contaminar a atmosfera. A construção devia resistir durante pelo menos 100 anos. Mas afinal, ao fim de pouco mais de 30 anos, já está a dar sinais de deterioração.

Segundo a SSE Chernobyl NPP, responsável pela abóbada, há uma “probabilidade muito elevada” de o edifício desabar. Apesar dos 400 mil metros cúbicos de cimento e das 7.257 toneladas de ferro usados na construção, o sarcófago foi erguido em tempo recorde com a urgência de selar a fonte da radioatividade que se estava a espalhar pela Europa em 1986. O problema? As juntas do edifício não ficaram seladas. E essa pode ser a origem da iminência da queda.

Debaixo do sarcófago há corium, urânio e plutónio — tudo materiais radioativos que, se expostos, podem enterrar a Europa e a Ásia numa nuvem potencialmente mortífera.  A Ucrânia já está a tentar colmatar o problema com uma nova empreitada de quase 70 milhões de euros que vai destruindo a abóbada atual com recurso a robôs enquanto se constrói uma nova lápide para a central nuclear.

Os materiais do sarcófago serão depois aspirados com recurso a um robô, limpos e enviados para reciclagem. A famosa “pata de elefante”, uma estrutura semelhante à lava que se formou quando as autoridades atiraram areia, boro e chumbo para dentro do reator nuclear, também vai desaparecer. Durante as obras há o risco de algum material radioativo ser libertado, assume a SSE Chernobyl NPP, mas não deve chegar à atmosfera por causa de um escudo com 32 mil toneladas que assenta sobre o sarcófago. Essa é uma construção mais recente, construída por módulos em Itália e levadas para a Ucrânia por partes até 2016. Esse escudo deve durar 100 anos.

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