O Governo socialista de Pedro Sánchez pode, afinal, ser viabilizado pela direita. Depois de semanas de negociações fracassadas com o Unidas Podemos, o PSOE recebeu esta segunda-feira uma proposta do Ciudadanos que pode desbloquear a investidura. Albert Rivera propõe uma abstenção conjunta com o PP. Para que isso aconteça, o líder do Ciudadanos exige ao atual primeiro-ministro espanhol três condições: um pacto económico para impedir que os impostos subam, a garantia de que os responsáveis pelo referendo da Catalunha, atualmente presos, não serão indultados e ainda a formação de um novo governo em Navarra que rompa com os nacionalistas, formando aquilo a que chama de “governo constitucional”.

A proposta surge numa altura em que o rei Felipe VI já começou a segunda ronda de audições dos partidos, com vista à formação do Governo. E a primeira resposta abre a porta ao sucesso da solução: o Palácio de Moncloa desafiou Rivera a abster-se, de facto, alegando que as condições que apresentou para o fazer já estão a ser cumpridas. Fonte do governo espanhol explicou que em Navarra funciona um governo do PSOE em conjunto com outros dois partidos. Entre eles, o EH Bildu, que defende a Constituição espanhola e que quer baixar os impostos na classe média.

Não há nenhum obstáculo real para que o PP e os Ciudadanos se abstenham. A única coisa que lhes peço não é que apoiem, mas sim facilitem a formação de um governo”, declarou há minutos, citado pelo El País, Pedro Sánchez em Almansa, Albacete.

Albert Rivera ainda não respondeu. Certo é que, para este acordo, são precisos três parceiros — e o PP também ainda não disse se aceita o repto. Além disso, também não se percebeu ainda como é que os militantes do próprio PSOE vão reagir à possibilidade de um Governo viabilizado pelo Ciudadanos. Basta lembrar que, em abril, durante o discurso de vitória de Sánchez, em frente à sede do partido, os apoiantes do líder socialista foram claros: “Com Rivera não!”.

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