O ex-consultor da direção do PSD Rodrigo Gonçalves declarou esta quarta-feira apoio na disputa interna da liderança a Luís Montenegro por defender um projeto “alternativo ao permanente desgoverno do PS” e entender as diferenças de opinião como “qualidades essenciais”.
Numa publicação na rede social Facebook, o vice-presidente eleito da distrital de Lisboa do PSD recorda que, há dois anos, apoiou Rui Rio na disputa interna contra Santana Lopes. “Num tempo difícil apoiei Rui Rio por considerar que este tinha as características essenciais para liderar o PSD no momento em que dois projetos distintos se apresentavam aos militantes”, escreve, agradecendo ao atual presidente a oportunidade de testemunhar a sua “dimensão humana” e as suas “qualidades políticas e pessoais”.
O conselheiro nacional do PSD acrescenta, contudo, que “os tempos de hoje são ainda difíceis, mas as circunstâncias mudaram”. “Acredito que o PSD precisa de caminhar para o futuro com uma liderança que encontre nas diferenças de opinião, na liberdade de escolha e na consciência crítica qualidades essenciais num partido que se quer plural, representativo da sociedade civil e aberto a todos. Tenho hoje a convicção de que temos de apostar num projeto que transporte capital de esperança e que se apresente como alternativo ao permanente desgoverno do Partido Socialista”, refere.
PSD Lisboa. Antigo apoiante de Rio é vice em lista afeta a Pinto Luz
Rodrigo Gonçalves justifica a aposta no antigo líder parlamentar do PSD dizendo querer “olhar para o futuro” e para “as batalhas políticas” que aí se travarão. “Ao contrário do passado, cheio de equívocos e erros, e do presente, com mais defeitos do que virtudes, o futuro transporta uma imensa carga positiva. E é exatamente porque quero ajudar a criar esse futuro, cheio de carga positiva, que decidi apoiar a candidatura do Luís Montenegro para liderar o PSD e reconquistar a confiança dos portugueses”, refere.
O antigo apoiante de Rio faz questão de salientar que a sua escolha “não é contra ninguém, mas sim a favor de um projeto vencedor que vai, seguramente, derrotar o Partido Socialista”, que aponta como “o principal adversário político” que o PSD deve ter.
Rodrigo Gonçalves foi um dos operacionais da campanha interna de Rui Rio há dois anos, e foi depois consultor da sua direção. No entanto, em maio, o antigo líder da concelhia de Lisboa do PSD cessou a colaboração com a direção de Rio, na sequência de uma notícia do Diário de Notícias que o associava a perfis falsos nas redes sociais. Na altura, Rodrigo Gonçalves contrapôs que não tinha “nenhuma ligação” com as contas falsas, mas demitiu-se para não afetar o bom nome do partido. Em julho, recusou o lugar que lhe foi oferecido pela direção na lista de candidatos a deputados, o 12.º por Lisboa, considerando “não ser um lugar compatível” com o apoio que deu a Rui Rio.
Se o presidente eleito da distrital de Lisboa, Ângelo Pereira, e vários deputados eleitos pela capital apoiam o candidato Miguel Pinto Luz, além de Rodrigo Gonçalves também o líder cessante desta estrutura, o deputado Pedro Pinto, aposta em Montenegro, tal como dirigentes locais como a presidente da concelhia de Sintra Ana Isabel Valente ou a ex-deputada e vice-presidente da Mesa da Assembleia Distrital de Lisboa, Ana Sofia Bettencourt.
As eleições diretas para escolher o próximo presidente do PSD realizam-se em 11 de janeiro, com uma eventual segunda volta uma semana depois, e congresso marcado entre 07 e 09 de fevereiro, em Viana do Castelo. Até agora, apresentaram-se como candidatos o atual presidente Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara de Cascais (distrito de Lisboa), Miguel Pinto Luz.