O Banco Montepio obteve 17,7 milhões de euros em lucros nos nove meses até setembro, uma descida de quase 21% em relação ao período homólogo que a instituição justifica com um aumento dos impostos pagos (em 27 milhões de euros) e uma menor contribuição do Finibanco Angola, uma operação que está a ser descontinuada. A descida dos resultados teria sido ainda maior não fossem os 46,9 milhões de euros obtidos com operações financeiras (basicamente, venda de títulos de dívida pública), já que no período homólogo essa rubrica tinha ajudado com apenas 5,9 milhões.

Num comunicado enviado esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco enquadra a descida dos resultados no “Plano de Transformação em curso, que prevê, para os próximos três anos, a execução de 12 iniciativas estratégicas orientadas para a dinamização do negócio, para o fortalecimento do Balanço, para a organização e para a inovação tecnológica do Banco Montepio, com o foco na qualidade de serviço ao cliente, constituindo o ano de 2019 o período mais exigente da sua execução, com reflexo na forma como a atividade se desenvolveu nestes primeiros nove meses de 2019”.

Assim, diz o Montepio, os “resultados em 30 de setembro de 2019 são compatíveis com o desenvolvimento do negócio e com os resultados que haviam sido previstos em orçamento para os primeiros nove meses de 2019. Apesar disso, a composição dos resultados difere da prevista no orçamento, em larga medida devido à não verificação de alguns pressupostos relevantes, em particular a evolução das taxas de juro determinadas pela política monetária do BCE”, que mantém as taxas de juro dos depósitos em níveis historicamente negativos.

As comissões líquidas atingiram subiram 0,3% para 87,1 milhões, “refletindo a dinâmica comercial e a adequação do preçário à proposta de valor do grupo”, e os custos operacionais reduziram-se em 10,3 milhões de euros (-5,1%), mas o banco diz que em base comparável os custos diminuíram-se em 1,2 milhões. O banco colocou de lado, também, 89,2 milhões de euros para provisões, mais 10% do que no período homólogo. A margem financeira do banco baixou em quase 10 milhões para 180,4 milhões de euros.

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O banco destaca, também, a “base estável de depósitos de clientes”, que atingem um total de 12.574 milhões de euros, mais 181 milhões do que o valor em 30 de setembro de 2018 — “é um reflexo do efeito da dinâmica comercial em 2019, representando 73,1% do total do passivo e destacando-se como a principal fonte de financiamento” do banco.

Montepio. Próximo presidente pode ser Pedro Leitão, que vem do Atlântico Europa, banco de capitais angolanos