A Associação Automóvel de Portugal (ACAP), a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), a Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA) e a Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) juntaram-se para pedir ao Governo que tome “medidas urgentes” para fazer face à “grave crise que resultou da pandemia do coronavírus”. Em nota conjunta, as quatro associações de empresas de todas as áreas de actividade do sector automóvel traçam um cenário com “os efeitos de uma guerra devastadora, com especial impacto na nossa economia.”
ACAP, AFIA, ANECRA e ARAN pedem ao Executivo a “criação de uma linha de crédito específica para as empresas deste sector” e dizem-se espantadas por esta iniciativa não constar das medidas governamentais até agora anunciadas. Tanto mais que, fazem questão de relembrar, “o sector automóvel representa 19% do PIB, 25% das exportações de bens transaccionáveis e emprega, directamente, cerca de 200 mil pessoas”. Como se isso não bastasse, prosseguem, Portugal é dos países da União Europeia que mais impostos arrecada com o sector automóvel, que representa 21% das receitas fiscais do Estado.
Face a estes números, as referidas associações batem-se igualmente “pela alteração do regime de lay-off, de modo a permitir o acesso imediato a este regime para as empresas que tenham tido uma quebra de facturação superior a 40% nos últimos 30 dias, ou comparativamente com a do mês homólogo do ano anterior”. Acrescentam que seria oportuno permitir o lay-off parcial e alterar também o regime de férias, para ser possível, “desde já”, marcá-las. A reintrodução do incentivo ao abate de veículos em fim de vida, tal como aconteceu em 2009, é outra dos apoios pedidos ao Governo, com o sector a apontar essa medida como um estímulo à renovação do parque automóvel, que teria reflexos positivos na ajuda às empresas, permitindo-lhes “uma saída gradual da crise”.
ACAP, AFIA, ANECRA e ARAN notam, por fim, que num estado de emergência é fundamental que as actividades de “pronto-socorro e o sector de assistência e reparação automóvel sejam considerados essenciais”, uma vez que está em causa a segurança dos cidadãos.