Favorito no seio do partido e entre sindicatos, Keir Starmer, de 57 anos, foi eleito líder dos trabalhistas e passa a ser o novo líder da oposição. Advogado de formação, Starmer fez parte da equipa de topo de Jeremy Corbyn nos últimos três anos, no papel de secretário sombra do Brexit.
Como recorda a BBC, a figura de Starmer emergiu depois de garantir o maior apoio dos deputados do seu partido e em particular na presença local do Labour. Será a partir de hoje o novo líder dos trabalhistas, depois da pesada derrota sofrida em dezembro passado com o partido a conseguir o pior resultado desde 1935.
Entretanto, o primeiro discurso depois da vitória, anunciada pelas 10h45 deste sábado, foi partilhado via Twitter.
It’s the honour and privilege of my life to be elected as Leader of the Labour Party.
I will lead this great party into a new era, with confidence and hope, so that when the time comes, we can serve our country again – in government. pic.twitter.com/F4X088FTYY
— keir_starmer (@Keir_Starmer) April 4, 2020
“Sob a minha liderança manteremos um diálogo construtivo com o Governo”, sublinhou Starmer. Depois da alusão ao atual estado do país e do mundo, o novo líder recuperou ainda uma “mancha” que marcou a liderança de Jeremy Corbyn: o anti-semitismo. “Peço desculpa”, afirmou publicamente o novo líder dos trabalhistas prometendo recuperar a confianças das comunidades e membros do partido que se afastaram.
Desta eleição saiu ainda um novo número dois, Angela Rayner.
Thank you to everyone from the bottom of my heart, I promise I will do everything to repay your trust!✊I know we face a long and difficult road ahead but it’s our responsibility to offer the better future that the citizens of our country deserve❤️ pic.twitter.com/ku8bpeqLGc
— Angela Rayner ???? (@AngelaRayner) April 4, 2020
Starmer destacou-se no lugar de procurador ao serviço da Coroa britânica até à sua entrada à política. Chegou ao parlamento britânico como deputado em 2015 e mediu forças com Rebecca Long-Bailey e Lisa Nandy, outros rostos do gabinete.
O processo de escolha de um novo líder remonta a dezembro, quando Jeremy Corbyn viu os tories conseguirem a sua quarta vitória seguida nas eleições gerais, com os trabalhistas a conquistarem o menor número de assentos desde 1935. Seis nomes começaram por entrar na corrida, mas em finais de fevereiro já Clive Lewis, Jess Phillips e Emily Thornberr tinham desimpedido o caminho para os últimos resistentes.
Foi em setembro de 2015 que Corbyn, o favorito nas sondagens, ascendeu à liderança do Labour, sucedendo a Ed Miliband. O homem a quem não era nada estranho o prémio de “Melhor Barba Parlamentar”, era visto por alguns como um radical e um novo Tsipras inglês, enquanto outros tantos receavam que o socialista sem medo de afirmá-lo pudesse destruir o Partido Trabalhista.
Face ao novo cenário imposto pelo novo coronavírus, os trabalhistas conheceram os resultados via email. Cada candidato a novo líder foi desafiado a gravar um vídeo com o respetivo discurso de vitória, para ser partilhado aquando da revelação dos números ao pormenor.
Antes mesmo do anúncio dos resultados finais, já o primeiro-ministro britânico Boris Johnson partilhava no seu Twitter um apelo à cooperação entre líderes num momento de emergência nacional.
I have written to all leaders of opposition parties to invite them to work together at this moment of national emergency. pic.twitter.com/HgEsMo3DO2
— Boris Johnson #StayHomeSaveLives (@BorisJohnson) April 4, 2020