Favorito no seio do partido e entre sindicatos, Keir Starmer, de 57 anos, foi eleito líder dos trabalhistas e passa a ser o novo líder da oposição. Advogado de formação, Starmer fez parte da equipa de topo de Jeremy Corbyn nos últimos três anos, no papel de secretário sombra do Brexit.

Como recorda a BBC, a figura de Starmer emergiu depois de garantir o maior apoio dos deputados do seu partido e em particular na presença local do Labour. Será a partir de hoje o novo líder dos trabalhistas, depois da pesada derrota sofrida em dezembro passado com o partido a conseguir o pior resultado desde 1935.

Entretanto, o primeiro discurso depois da vitória, anunciada pelas 10h45 deste sábado, foi partilhado via Twitter.

“Sob a minha liderança manteremos um diálogo construtivo com o Governo”, sublinhou Starmer. Depois da alusão ao atual estado do país e do mundo, o novo líder recuperou ainda uma “mancha” que marcou a liderança de Jeremy Corbyn: o anti-semitismo. “Peço desculpa”, afirmou publicamente o novo líder dos trabalhistas prometendo recuperar a confianças das comunidades e membros do partido que se afastaram.

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Desta eleição saiu ainda um novo número dois, Angela Rayner.

Starmer destacou-se no lugar de procurador ao serviço da Coroa britânica até à sua entrada à política. Chegou ao parlamento britânico como deputado em 2015 e mediu forças com Rebecca Long-Bailey e Lisa Nandy, outros rostos do gabinete.

O processo de escolha de um novo líder remonta a dezembro, quando Jeremy Corbyn viu os tories conseguirem a sua quarta vitória seguida nas eleições gerais, com os trabalhistas a conquistarem o menor número de assentos desde 1935. Seis nomes começaram por entrar na corrida, mas em finais de fevereiro já Clive Lewis, Jess Phillips e Emily Thornberr tinham desimpedido o caminho para os últimos resistentes.

Foi em setembro de 2015 que Corbyn, o favorito nas sondagens, ascendeu à liderança do Labour, sucedendo a Ed Miliband. O homem a quem não era nada estranho o prémio de “Melhor Barba Parlamentar”, era visto por alguns como um radical e um novo Tsipras inglês, enquanto outros tantos receavam que o socialista sem medo de afirmá-lo pudesse destruir o Partido Trabalhista.

Face ao novo cenário imposto pelo novo coronavírus, os trabalhistas conheceram os resultados via email. Cada candidato a novo líder foi desafiado a gravar um vídeo com o respetivo discurso de vitória, para ser partilhado aquando da revelação dos números ao pormenor.

Antes mesmo do anúncio dos resultados finais, já o primeiro-ministro britânico Boris Johnson partilhava no seu Twitter um apelo à cooperação entre líderes num momento de emergência nacional.